Alfonso segura o pacote com firmeza, sem tirar os olhos de Vincenzo, que se acomoda lentamente na cadeira à sua frente, como quem sabe exatamente o estrago que está prestes a causar.
Os olhares se cruzam, longos, cortantes, carregados de tudo que não pode ser dito em voz alta.
Ofensas veladas, ameaças contidas e promessas de uma guerra silenciosa, inevitável, que ambos sabem que acontecerá bem ali, sob os olhos do conselho e sob o disfarce frágil da diplomacia.
Alfonso desliza os dedos pelo pacote, abrindo-o com movimentos contidos. Leva a mão até o interior e começa a puxar o conteúdo, mas para no meio do gesto.
Os dedos se fecham ao redor do tecido e, ao sentir sua textura entre as mãos, seu sangue ferve.
O toque basta para entender a provocação. Para sentir a humilhação escorrendo por entre os dedos antes mesmo de revelar o que está prestes a mostrar ao conselho.
— Preciso lhe dar os parabéns, Don De Angelis. — Vincenzo começa, com um sorriso frio nos lábios, saboreando o veneno qu