Enya
Fomos pra faculdade no carro do Érico. Mesmo meu cunhado sendo um porco nojento, considerei o fato de tê-lo trazido até meu prédio como um favor… ainda que ele nunca fosse saber disso.
Ele passou o caminho inteiro calado. Quando estacionou, nos despedimos. Fiz menção de dar um selinho, mas ele virou o rosto. Acabei beijando só a bochecha. Talvez não estivesse a fim.
As aulas seguiram no ritmo de sempre, com a Bruna tagarelando como de costume.
— E agora? Como vão ficar as coisas? Se ele ficar de mal com a mãe… vai pra onde? — Ela cruzou os braços.
— Acho que não dura muito… você viu? A mulher parecia uma leoa! — Respondi, lembrando da cena na frente da construtora.
— Sim… mas ele tá com o orgulho ferido, né? Querendo ou não… foi enganado pelos dois.
Soltei o ar com força.
— Não sei… seja lá como for… as coisas vão se ajeitar. Eu sinto. E à tarde ele vai lá na Ramiro, lembra?
— E você acha que vão recontratar?
— Com certeza o Ramiro viu o escândalo na mídia. Acho que não considera