Enya

Depois do almoço, ele me deixou na porta do prédio e seguiu pro estágio.

Não falamos muito depois daquele pedido de casamento tão... inesperado.

Eu precisava pensar.

Tudo bem que ele foi claro: disse que não era por pena, que me admirava, que via em mim uma mulher corajosa.

E… por mais que eu quisesse acreditar… o medo continuava lá.

Não era dele que eu desconfiava.

Era do pacote completo.

Da bagagem.

Aquele pai…

Aquele homem que o próprio Érico descreveu como um "rolo compressor que passa por cima de todo mundo".

Eu não queria ser vista como interesseira.

Nem virar assunto de corredor.

Muito menos dar munição pra quem mal me conhece.

Suspirei fundo e subi pro apartamento.

Bruna estava na sala, sentada numa das cadeiras, com um livro no colo.

Milagrosamente… estudando.

— Prova amanhã… esqueceu? — ela disse, sem tirar os olhos da página.

Esqueci mesmo.

Dei um sorriso sem graça, larguei a bolsa no canto da mesa e me joguei na cadeira ao lado.

Fiquei um tempo olhando pro nada… até s