Capítulo 19
O silêncio na sala era carregado pelo peso de todas as histórias não contadas de Yago e pelo desespero atual e palpável de Beatriz. Era um silêncio que doía, que sussurrava de futuros sombrios e de passados inescapáveis. Cada segundo que passava parecia alongar-se numa eternidade de angústia, enquanto a decisão iminente pairava sobre eles como uma lâmina.
Beatriz permanecia de pé, seu corpo delgado tremendo como uma folha sob a força do furacão que a assolava por dentro. Suas mãos estavam frias e úmidas, entrelaçadas na frente do corpo num gesto de súplica silenciosa. Seus olhos, enormes e inundados de um medo primitivo, estavam fixos em Yago, suplicando por uma compreensão que ia além da lógica, que mergulhava nas profundezas do instinto e do amor filial. Ela via nele não um estrategista agora, mas o único porto em sua tempestade, e ao mesmo tempo, o obstáculo que a impedia de correr para a pessoa que mais amava no mundo.
Zaya, então, quebra o silêncio gelado. Ela se