Capítulo 16
O ar pareceu sair da sala. O silêncio não era mais apenas a ausência de som; era uma presença física, pesada e elétrica. Os olhos de Yago, normalmente tão guardados e impenetráveis, estavam completamente abertos para ela. A profundidade que ela sempre sentira estava agora exposta, brilhando com uma intensidade crua que a fez sentir-se tonta. Havia preocupação, sim, mas também uma admiração ardente, uma curiosidade feroz e um desejo tão palpável que ela pôde senti-lo no ar.
Seu próprio coração parecia querer bater fora do seu peito. Seus lábios estavam secos. A mão que ela instintivamente havia colocado no peito dele para se apoiar sentia as batidas aceleradas do coração dele através da camiseta fina. Era um ritmo selvagem, um eco do seu próprio. O rosto dele estava tão perto que ela podia contar cada cílio, ver as pequenas marcas de uma vida difícil em sua pele, sentir o calor de sua respiração contra seus lábios.
Ele a estava olhando como se ela fosse a única coisa rea