Olivia
Sentei no chão frio do banheiro como se minhas pernas tivessem esquecido como funcionava o equilíbrio.
O teste descansava sobre a pia, virado pra baixo. Como se evitar olhar fosse me dar algum tipo de controle sobre o que estava prestes a acontecer.
Uma, duas, três linhas do tempo se desenrolavam na minha cabeça. Em uma, era tudo alarme falso. Em outra, eu criava um bebê com um cara que mal conhecia. Na última, Dante segurava minha mão e sorria… mas essa era só uma alucinação romântica alimentada por filmes bobos e instintos de sobrevivência.
Respirei fundo. Virei o teste.
Duas linhas. Nítidas. Inconfundíveis.
Positivo.
Meu estômago afundou como se alguém tivesse arrancado o chão sob mim e esquecido de avisar. E a única coisa que consegui fazer foi… nada.
Nenhuma lágrima dramática, nenhum grito. Só um silêncio cortante que encheu o banheiro de perguntas que eu não queria responder.
Minhas mãos tremiam. Meus olhos piscavam devagar, tentando absorver a realidade que estava bem al