Dante
Meu dedo apertava o botão de chamada de novo, e de novo. Nada.
O celular da Ester só ia pra caixa postal. Eu tentei o número da babá, o telefone fixo do antigo apartamento, até o porteiro. Tudo sem resposta.
O apartamento estava vazio.
Sem sinal de ninguém. Sem vestígios do bebê. Sem Leo.
Senti a mão suar enquanto saía do prédio, o estômago embrulhado em um aperto que fazia parecer que a última refeição tinha sido há dias. Na verdade, eu nem me lembrava se tinha comido alguma coisa naquele dia.
Entrei no carro e fechei a porta com mais força do que pretendia.
Disquei o número da Olivia, mesmo sem saber o que ia dizer. Quando ela atendeu, meu coração pulou no peito, como se uma parte de mim estivesse esperando que ela dissesse que estava tudo bem — que o Leo tinha sido deixado por ali, que estava comigo o tempo todo e que isso era só um mal-entendido.
Mas não era.
— Liv...
— Dante? O que aconteceu? Você tá com uma voz estranha.
— Ela não tá lá — minha voz saiu engasgada. — Eu fui