Dante Salvatore
A galeria estava vazia, o silêncio cortado apenas pelo som baixo de um soul antigo tocando nos alto-falantes discretos espalhados pela cobertura. O terraço parecia uma cena tirada de um filme: luzes amarelas penduradas por fios quase invisíveis cruzavam o teto sob a lona translúcida. O ar quente da noite de verão deixava tudo com um peso gostoso, quase íntimo.
Foi aqui que eu quis trazer ela. Pra lembrar o que é estar só nós dois. Sem Leo no colo. Sem planos pra amanhã. Só pele. Só desejo.
Quando ouvi o som leve dos passos dela subindo, me virei com um sorriso. E quase perdi o fôlego.
— Tá tudo muito bonito aqui — ela disse, surgindo na porta com aquele sorriso meio desconfiado, meio encantado. Estava usando um vestido leve, o cabelo preso no alto com algumas mechas soltas que emolduravam o rosto.
— Eu queria impressionar — brinquei, indo até ela e pegando sua mão. — E me redimir um pouco por ter te roubado de Leo por uma noite inteira.
— Falando nisso… — ela me olhou