CAPÍTULO 27 – A PERDA DO EMPREGO
Saí do banheiro com o coração acelerado, os olhos ainda ardendo do choro, mas com a postura firme. Precisava ir à diretoria, precisava registrar o assédio de Marco antes que ele distorcesse tudo e me transformasse na vilã da história. Meu bebê não merecia uma mãe covarde, e eu não ia me acovardar.
Caminhava pelo corredor, sentindo os olhares pesados sobre mim. Alguns eram de desdém, outros de curiosidade mórbida. Era como caminhar em um tribunal onde todos já haviam dado o veredito antes do julgamento. Apertei a pasta contra o peito, tentando respirar fundo, quando ouvi uma voz suave atrás de mim:
— Hellen Bennett?
Virei-me. Era a secretária do diretor Edward, uma mulher sempre neutra, quase invisível. O olhar dela, no entanto, estava diferente, pesado, como se ela soubesse algo que eu ainda não sabia.
— Sim, sou eu — respondi, tentando manter a compostura.
— O Dr. Edward pediu para que a senhora vá até a sala dele agora.
Meu estômago revirou.