Helen narrando
Atendi o celular com o coração disparado, tão forte que parecia querer pular do meu peito. O alívio veio imediato quando ouvi aquela voz grave, firme, a voz que já fazia parte de mim.
— Helen…
— Sérgio… — minha respiração saiu entrecortada. — O que aconteceu? Por que não me respondeu antes?
Ele suspirou do outro lado da linha, e o som me trouxe uma mistura de conforto e angústia.
— Desculpe, minha linda, por te ligar tão tarde… — disse, num tom quase arrependido.
Fechei os olhos e respirei fundo, tentando controlar a enxurrada de sentimentos. Mas a mágoa insistia em atravessar minha voz.
— Te desculpar por ligar a essa hora eu posso até desculpar, Sérgio. — falei firme, mesmo com a emoção tremendo dentro de mim. — Mas pelo silêncio o dia inteiro, não. Você não me respondeu, não me ligou, nada! Eu passei o dia inteiro sem notícias suas.
Meu Deus, como eu o amava. E justamente por isso o medo me corroía. O medo insuportável de que, a qualquer momento, tudo desmoronasse e