Capítulo 8

No dia da formatura de Benjamin, papai e tio Vance eram só sorrisos.

Orgulho estampado no rosto, brindes ao “menino de ouro” que agora assumiria a empresa deles, e os libertaria para realizar o sonho antigo de um cruzeiro pelo mundo. Eu observava tudo em silêncio, com um sorriso ensaiado no rosto. A garganta seca, como se um espinho ainda estivesse ali enlatado mesmo após semanas do ocorrido.

Quando a cerimônia terminou, fomos jantar em um restaurante elegante demais para a ocasião. A comida era boa, o ambiente acolhedor, mas nada daquilo me descia. O gosto amargo ainda estava ali. E papai, como sempre, percebeu.

–  Vocês brigaram. – ele disse entre um gole de vinho e outro.

Não foi uma pergunta. Foi uma constatação.

–  Não, papai. É só cansaço, só isso. Foi um dia bem longo. – apertei sua mão como se isso pudesse distraí-lo da verdade.

–  Mentira. – Benjamin falou antes que eu pudesse impedir.

Virei o rosto para ele devagar, com um aviso mudo nos olhos. Mas ele ignorou.

–  Ela ficou com um dos meus melhores amigos. Ficaram se agarrando no meio do campus, para todo mundo ver. – ele soltou, encarando meu pai – Virou piada nos corredores, todo mundo falou da mão enorme do Jack apertando a bunda da Mi-Suk.

–  O quê? – papai elevou a voz e me lançou um olhar cortante. Senti como se fosse uma faca entrado lentamente.

–  Benjamin, não faça isso com a Mimi! – tio Vance interveio, tentando manter a compostura enquanto sorria para os olhares curiosos de outras mesas.

Respirei fundo. Devagar. Meu corpo tremia, mas por dentro, o gelo era absoluto.

–  Deixa ele, tio Vance. – falei entre dentes – Eu só fiz isso porque vi ele transando com uma das minhas amigas no carro. Dentro do campus, no meio do dia. – os olhos dos mais velhos à mesa foram se arregalando a cada palavra minha – Nem se preocupou em fechar os vidros e fazer silêncio.

–  Benjamin! – tio Vance exclamou, em completo choque – Isso é inaceitável!

–  Ele me proibiu de ficar com qualquer amigo dele, me tornou uma intocável entre os meninos da faculdade, enquanto estava se divertindo com minhas amigas por aí. Chumbo trocado não dói. – completei, elevando o nariz e bebericando a taça de vinho – Fiz, e faria novamente.

Benjamin me fuzilava com os olhos, mas não retrucou. Narinas dilatadas, punhos fechados sobre a mesa. Mas em completo silêncio.

–  O que ele fez não justifica a sua atitude, filha. – papai disse, decepcionado.

–  Foi só um beijo, papai. O senhor vive dizendo que eu preciso namorar. Estou tentando. – retribuí seu olhar com algo entre raiva e dor contida – Ou não posso sequer isso?

–  Ele não é bom para você. – Benjamin falou, a voz seca, sem emoção.

Nossos pais trocaram um olhar silencioso. Cúmplices, como se já soubessem que Benjamin diria isso.

–  Pra você ninguém é bom o suficiente, Ben. – me levantei, pegando minha bolsa – Papai, titio... amanhã tenho aula cedo. Vou voltar para o dormitório do campus hoje, não irei para casa com vocês.

–  Claro. – disseram quase em uníssono.

–  Eu te levo. – Benjamin se levantou rápido, já prevendo minha recusa.

–  Não precisa, eu sei o caminho.

–  Aceite, filha, já está tarde. – papai disse, apertando minha mão. Apenas assenti.

Saímos em silêncio. Nenhuma palavra no caminho. Apenas o som firme dos meus saltos no asfalto molhado, o vento da noite cortando o ar entre nós. E a raiva me fazia andar cada vez mais rápido, como se o deixasse para trás a cada passo.

Mas ele me seguia. Sempre seguia.

O ar estava pegajoso, carregado com o peso da nossa briga, e cada passo em direção ao campus fazia meu sangue ferver. As palavras venenosas de Benjamin ainda cortavam, e eu queria socá-lo, machucá-lo, qualquer coisa para apagar a raiva que ele acendia em mim. Mas, por baixo de tudo, havia algo pior: uma fome que eu não admitia, um desejo que me fazia odiar a mim mesma tanto quanto o odiava.

Ele caminhava ao meu lado, o corpo tenso, os punhos cerrados como se estivesse pronto para explodir. Seus olhos, ferozes, me queimavam cada vez que me encarava, e eu sentia meu corpo me traindo, um calor conhecido pulsando entre minhas pernas.

De repente, ele me agarrou pelo braço, me puxando com força para atrás de uma árvore grossa, o tronco áspero arranhando minha pele através do vestido fino. Não resisti, não porque não quisesse, mas porque uma parte de mim queria esse confronto, queria que ele me quebrasse tanto quanto eu queria destruí-lo. Ele me prensou contra a árvore, o corpo duro colado ao meu, roubando o meu ar. Antes que eu pudesse cuspir alguma provocação, sua boca esmagou a minha, um beijo que era puro ódio transformado em luxúria.

Não havia ternura, só dentes, línguas famintas e o gosto amargo da raiva misturado ao sal do suor dele. Agarrei sua nuca, as unhas cravando na pele, puxando-o para mim como se pudesse arrancar algo dele com as mãos.

–  Você fode a minha cabeça, Mi-Suk. – ele rosnou contra a minha boca, antes de morder o meu lábio inferior com força o suficiente para doer.

Gemi, não de prazer, mas de desespero, o som preso na garganta enquanto ele descia a boca pelo meu pescoço, chupando e mordendo como se quisesse me marcar. Suas mãos eram brutas, rasgando o decote do meu vestido com um puxão, o tecido cedendo com um som que ecoou no silêncio do campus.

Meus seios ficaram expostos ao ar fresco, os mamilos endurecendo antes mesmo dele mergulhar a cabeça, a boca quente se fechando sobre um deles, chupando com uma fúria que me fez arquear contra a árvore, sentindo a casca rasgando minha pele.

–  Você quer isso, não quer? – ele grunhiu, os olhos turvos, enquanto levantava a cabeça para me encarar.

Não respondi com palavras, não precisava. Meu corpo falava por mim; as coxas apertadas, o calor molhado entre elas traindo qualquer orgulho que eu tentasse manter. Ele não esperou. Suas mãos desceram, arrancando minha calcinha por baixo do meu vestido, rasgando-a em dois pedaços de renda. O ar frio bateu em minha pele exposta, e o risco de sermos pegos ali, no meio da faculdade, só fazia meu coração disparar ainda mais.

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