O silêncio no galpão era ensurdecedor, quebrado apenas pelo gotejar constante do sangue de Benjamin no concreto rachado, e pelos soluços irregulares de Amelia, que ainda tremia ao lado dele, com os olhos vidrados em terror. O corpo dele pendia na cadeira como um trapo ensanguentado, os gemidos fracos escapando dos lábios pálidos.
Min-ho limpava as mãos na camisa, o peito ainda arfando, e os olhos ainda flamejando com a raiva que o consumira.
Eu observava tudo, com o martelo na minha mão, o peso dele agora familiar, como uma extensão do meu ódio. Mas o luto pulsava mais forte, uma dor surda que me lembrava do meu bebê morto, do vazio que nenhum sangue poderia preencher. Margaret olhava para o chão, o rosto inexpressivo, mas eu via o medo em seus olhos; ela ofegava, o dedo mutilado latejando, e o pai de Amelia... ele parecia quebrado, os ombros curvados.
Eu me virei para Amelia, o ódio se reavivando como uma brasa. Ela era a ponte para tudo: a noiva traída, mas cúmplice, a mulher que so