97: Como se Fosse a Primeira Vez

A varanda ainda respirava o que fora dito. O ar entre Amanda e Lucca vibrava com uma eletricidade silenciosa, como se cada palavra dita antes tivesse aberto espaço para uma linguagem mais antiga — aquela que não se fala com a boca, mas com o corpo.

Lucca a observava como se estivesse redescobrindo o sabor do desejo. Amanda, por sua vez, não recuava. Havia um fogo calmo em seus olhos, firme, decidido. Ela o puxou pela mão, atravessando a casa sem pressa, mas com direção. Cada passo era um convite. Um desafio. Uma promessa.

No quarto, ela fechou a porta com a palma espalmada — um gesto seco, simbólico, como quem tranca a dor do lado de fora. E quando se virou para ele, seus olhos diziam tudo: não fuja de mim agora.

Amanda desabotoou a camisa branca com dedos lentos, provocativos. Um a um, os botões se abriram, revelando pele morna, viva, marcada pelas batalhas recentes. Lucca permaneceu imóvel, mas o maxilar tenso, os olhos escuros e famintos revelavam o esforço que fazia para não avanç
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