Amanda voltou para o quarto com o corpo em silêncio, mas o coração em guerra. Deitou-se devagar, como quem tenta repousar dentro do próprio caos. O travesseiro era um escudo — apertado contra o peito, como se pudesse conter a tempestade que rugia lá dentro. O quarto cheirava a ele, a Lucca. A essência amadeirada do perfume ainda pairava no ar, grudando nas paredes, nos lençóis, na pele dela. E mesmo assim, era como se o silêncio entre eles tivesse apagado tudo.
As palavras que dissera mais cedo ecoavam como um grito abafado.
E o que ele não disse… doía mais.
Levantou-se com o rosto molhado de suor e confusão. O chão gelado sob os pés a puxava de volta para a realidade. Abraçou os próprios joelhos e se encarou de frente — sem desculpas, sem máscaras.
O que estou fazendo?
Com ele. Comigo. Com tudo o que restou de mim.
O passado havia voltado como um vendaval. Mas ela já não era a mulher que se apaixonou por Daniel em tardes de verão e promessas que nunca se cumpriram. Ela era Amanda dep