Amanda desceu as escadas devagar, sentindo o piso frio sob os pés descalços como um lembrete do vazio que a consumia por dentro. O robe de seda colava-se levemente à pele pelos pontos de calor gerados pela ansiedade. Cada degrau parecia ecoar em silêncio, como se a casa estivesse ouvindo seus pensamentos.
Ela atravessou a sala sem ver direito o caminho. Não precisava. Seu corpo sabia onde ele estaria.
Parou na porta do escritório.
Lucca estava ali, de costas, a luz suave da manhã filtrando-se pela janela e tocando seus ombros como se até o sol tivesse receio de invadi-lo por completo. Estava curvado sobre o notebook, mas não digitava. Apenas olhava para a tela como se estivesse em outro tempo, outro lugar.
Amanda engoliu em seco antes de falar:
— Bom dia…
A voz saiu mais baixa do que ela esperava, como se sua garganta estivesse apertada demais para permitir o som.
Lucca virou o rosto lentamente, os olhos opacos, as olheiras fundas marcando a pele como cicatrizes recentes. O cabelo, se