O sol havia desaparecido por completo, dando lugar a uma noite morna e silenciosa no litoral mexicano. Do lado de fora, o som ritmado das ondas batendo contra as pedras parecia ditar o compasso do momento, como se a própria natureza segurasse a respiração.
Na pequena sala iluminada apenas por uma luminária âmbar, Tomás dormia profundamente no sofá, os braços soltos e o sorriso ainda pintado no rosto, como uma marca viva de felicidade recém-descoberta.
Helena o cobriu com uma manta leve, os dedos demorando-se por um segundo nos cachos do filho. Seus olhos estavam úmidos — não de dor, mas de uma ternura tão profunda que doía. Quando se voltou para Lucca, encontrou-o sentado, com os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça baixa, os olhos presos naquele menino que ele acabara de descobrir... e já não podia mais imaginar viver sem.
— Ele nunca riu tanto em um dia — ela sussurrou, a voz embargada pelo acúmulo de sentimentos.
Lucca ergueu o olhar, os olhos marejados, a voz baixa, rouca de e