Na manhã seguinte, o café ainda fumegava na xícara de Amanda quando Lucca entrou na sala com aquele olhar que ela já conhecia: determinado, inquieto… e prestes a propor uma loucura.
— Vamos dar uma entrevista — ele disse, direto.
Amanda ergueu os olhos, exausta.
— Lucca… se a gente aparecer agora, vai parecer desespero. Ou pior, que estamos alimentando o circo.
— Não — ele rebateu, firme. — Não vai ser uma entrevista de defesa. Vai ser de posicionamento. Transparente. Clara. Sem ensaio, sem maquiagem. A verdade crua. Do nosso jeito. Mostrando quem somos. Que o Eduardo é muito mais do que o sobrenome que agora jogaram em cima dele como uma sentença.
Ela encarou o marido, dividida entre o medo e o respeito. Havia algo no tom de Lucca que era impossível ignorar: a convicção de quem está cansado de jogar xadrez com canalhas.
Eduardo entrou logo depois, com os olhos marcados pelas poucas horas de sono.
— Tava ouvindo do corredor. — Ele parou, as mãos nos bolsos. — Eu topo. Não quero