Horas depois, o salão dourado do Hotel Castelli, o mais luxuoso da cidade, fervilhava de jornalistas, câmeras e microfones. Um mar de flashes explodia a cada segundo, enquanto todos aguardavam a entrada triunfal da mulher que, nas últimas 24 horas, havia estampado manchetes por fraude corporativa. Mas quem surgiu diante da cortina de veludo não foi uma executiva acuada.
Foi uma atriz preparada para matar com palavras.
Laura Delmont atravessou o salão como se desfilasse em um tribunal de deuses. Usava um vestido branco de corte clássico, que contrastava com a tensão no ambiente. A maquiagem impecável realçava a frieza em seus olhos, e o sorriso era afiado, milimetricamente ensaiado. Cada passo, cada pausa, era coreografado.
Ela se posicionou diante do púlpito, ajeitou o microfone com dedos firmes e encarou a multidão. O salão ficou em silêncio absoluto.
— Boa noite. — Sua voz saiu calma, controlada, quase maternal. Mas havia veneno sob cada sílaba. — Como todos sabem, meu nome foi rece