O relógio ainda nem marcava sete da manhã quando Amanda foi despertada por batidas insistentes na porta. Rápidas, impacientes, quase agressivas.
Ela levantou com os olhos ainda ardendo da noite mal dormida, vestida apenas com uma camisola fina e o corpo exausto, como se carregasse o peso de todas as verdades engolidas nas últimas vinte e quatro horas.
Abriu a porta, esperando encontrar Lucca.
Mas não era ele.
— Bom dia, Amanda. — Laura surgiu como uma tempestade disfarçada de mulher, impecável em um macacão preto de alfaiataria que abraçava o corpo como uma armadura. Os cabelos presos num rabo de cavalo alto, maquiagem no ponto exato entre elegância e ameaça. — Espero que esteja pronta pra ouvir algumas verdades.
Amanda demorou um segundo para processar. Piscou, surpresa.
— Laura? O que você tá fazendo aqui?
— Descansando minha consciência — respondeu, com um sorriso cínico. — Posso entrar?
— Não. — Amanda firmou o corpo atrás da porta. — Se você tem algo pra dizer, diz daqui