O sol ainda bocejava no horizonte quando o silêncio do quarto foi quebrado pela vibração insistente do celular sobre a cômoda. Um som seco, ritmado, que parecia furar a tranquilidade da madrugada com violência. Amanda mal abriu os olhos, mas sentiu o corpo de Lucca se mexer ao lado, ainda envolto no torpor do sono.
Ele soltou um resmungo incoerente e a puxou para mais perto, o rosto enterrado no pescoço dela, como se quisesse adiar o mundo mais um pouco. Mas a vibração não parava. Cada nova chamada parecia uma sirene invisível do caos se aproximando.
Amanda soltou um suspiro tenso e esticou o braço.
— Lucca… acho que é melhor você atender. Já é a terceira ligação da mesma pessoa: Cláudio.
O nome cortou o ar como um alerta. Lucca piscou lentamente, os olhos ainda pesados, mas o instinto já aceso. Cláudio nunca ligava sem motivo. E nunca repetia ligações sem urgência.
— Cláudio? A essa hora?
Ele pegou o celular, atendeu com uma voz rouca e despreocupada, tentando manter o controle