O coquetel da Associação Empresarial de Investidores do Sudeste era uma encenação de poder. Um teatro de máscaras caras, com sorrisos de porcelana e olhares de aço escondidos sob maquiagem de luxo. Cristais tilintavam no ar, risadas eram ensaiadas, e as alianças políticas dançavam entre goles de champanhe francês.
Amanda Costa atravessava aquele salão como uma ameaça silenciosa. Vestia um azul petróleo que não pedia atenção — tomava. A postura ereta, o olhar firme, os passos contidos mas seguros. Ao seu lado, Lucca Mancini era o contraste perfeito: terno cinza-escuro sob medida, olhar de lobo à espreita. Mas não era o evento que o deixava tenso. Era o pressentimento.
E ele não tardou a se confirmar.
Mariana Nardelli surgiu como um sussurro dissonante na harmonia falsa do ambiente. O vestido carmim colava ao corpo com precisão cirúrgica, como se cada costura fosse uma provocação. O salto fino não fazia barulho — ela flutuava, uma serpente de sangue e seda. Carregava duas taças de champ