Parte 13...
Camila
Um mês. Trinta dias.
Setecentas e vinte horas ouvindo Rafael me chamar de "minha frágil guerreira" enquanto ajustava os travesseiros, contava as cápsulas dos meus remédios e, o pior de tudo, afastava até o menor sinal de iniciativa minha com aquele olhar preocupado de médico em plantão.
Eu entendi, juro que entendi. Ele me viu sangrar. Me viu quase morrer.
Foi ele quem me carregou no colo até o hospital, quem dormiu naquelas cadeiras duras do pronto-socorro com a cabeça encostada na maca, quem me deu banho nas primeiras semanas com mais reverência do que qualquer padre.
Mas eu não era de vidro. E, pior que isso: eu estava ficando com fogo.
Fogo mesmo. Cada toque acidental, cada beijo interrompido com um suspiro e um "precisamos ir devagar" dele, só aumentava o desejo acumulado.
Rafael não era fácil de resistir em condições normais, imagina ele andando pela casa só de calça de moletom, descabelado, cuidando de mim com aquele jeito protetor que mais parecia um roteir