Era complexo para ele, eu sabia. E decidi respeitar.
Saí do quarto evitando o olhar da minha mãe na sala. Alexandre fez o mesmo, embora tenha largado o paletó no encosto da cadeira.
— Boa tarde, eu seguro isso aqui — ele disse, como se aquilo pudesse apagar o que acabara de acontecer.
Fui direto para o meu quarto. Abri a mala, deixei as lágrimas descerem em silêncio. Peguei uma calça fina qualquer — precisava cobrir o que doía mais por dentro do que por fora.
— O que aconteceu? — minha mãe perguntou, como se não soubesse.
— Nada… eu só vou tirar o short — respondi, tentando soar indiferente.
Ela segurou minha mão com força, me fazendo parar.
— Mavi, olha pra mim. O que está acontecendo? Eu não posso permitir isso. Filha, aquele homem te arrasta para um quarto, vocês discutem por causa de uma roupa… ele é o quê, seu dono, por acaso?
Neguei. Ele não era. Mas eu também não queria mais atrito entre nós.
— Não é por ele… os homens estavam olhando — menti, tentando proteger todos, até mesmo