Maria Vitória Bocci

Meus batimentos estavam descompassados.

Eu e Marcelo apertamos o gatilho praticamente ao mesmo tempo — o dedo dele forçando o meu, tentando destravar a arma.

Mas o tiro… não foi em mim.

Quando o corpo dele estremeceu sob o meu, um nó se formou na minha garganta.

A mão dele fraquejou sobre a minha.

— Maria Vitória… Maria… — ouvi Alexandre atrás de mim, a voz embargada, os braços tentando me afastar.

Mas era tarde. Tarde demais.

Apertei o gatilho novamente.

Uma. Duas. Três. Quatro vezes.

Na quinta, a arma travou. Não disparava mais.

E, mesmo assim, eu continuei ali. Tremendo.

Eu não queria mais ver minha mãe com medo. Sempre assustada.

Não queria mudar de cidade outra vez.

Não queria viver com medo.

— Maria Vitória? — a voz dele ecoou na minha orelha.

O barulho da porta se abrindo me atingiu como uma onda distante. Mas eu não me virei.

Eu estava paralisada. Em choque.

Confessando, em silêncio, tudo o que havia feito.

— Me dá isso! — Alexandre tentou puxar a arma da minha mão.

— Não! — g
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