— Não, ela não usa, não estamos falando dela aqui. — Ainda olhava para Mavi, lutando contra aquela maldita possessividade que me corroía por dentro. Odiei o modo como o ciúme me consumia, como o desejo insistia em ganhar espaço mesmo quando tudo em mim gritava para recuar. — Pois deveria comprar um desses, presenteá-la.
Maria Vitória caminhou até o espelho. A luz refletia em sua pele, aquele biquínizinho vermelho, em fio dental, deixava pouco à imaginação. Ela ajeitou o coque meio desfeito sobre a cabeça, e eu desviei o olhar. Me senti fraco, malditamente atraído pelo que não devia sequer desejar. Eu nunca perdia o controle, mas com ela... era diferente.
— É melhor você ir na frente, titio. — A entonação carregada de ironia me atingiu em cheio.
Peguei a peça branca no chão, atirei contra seu corpo. — Vá você. Afinal, a festa é sua. — Ela pegou o short com aquele sorriso curto, carregado de algo que eu ainda não sabia nomear, mas sabia sentir. Aquilo não tinha acabado. Eu podia jurar.