Eu não queria ser aquilo, não.Eu não aceitaria ser uma vadia na vida de um homem casado, mas era o que eu estava sendo.As lágrimas desceram por arrependimento, eu tentava, mas o meu corpo falhava, miseravelmente por quere-lo tanto. Eu estranhei todas as sensações enquanto Alexandre me penetrava, pude senti cada linha do seu pau ao me adentrar, o meu corpo ansiava pelo dele, em cada gesto, movimento, numa loucura maliciosa em que eu sabia que teria consequências. Ele saiu do quarto, e as lágrimas que foram de prazer se misturaram ao arrependimento. Com algum tempo, desci vendo pessoas transitar dentro de casa. Eu tentava me manter ali, presente na festa, por mais que cada parte de mim gritasse para fugir. Não queria decepcionar Liz, nem meu pai. Eles tinham gasto tempo, energia, talvez até carinho, para organizar tudo. E, de certo modo, eu me sentia em dívida com eles. A minha mente ainda vagava em nós dois no quarto, o encaixe dos nossos corpos, a maneira como os seus movimentos m
Não percebi quando Maria Clara sumiu, a equipe de técnicos ainda falavam da semana cheia que tivemos, e da mais cheia que virá pela frente, a necessidade de um segundo cirurgião cardíaco é emergente.Eu ainda acompanhava Mavi de longe, naquela piscina, Iago em seu pé, falando sem parar, enquanto ela tentou mantér a sua postura, fingia lhe ouvir, eu fingia ouvir as pessoas, a festa se tornando libertina. Vi quando saiu a procura dele, mas ao invés de subir as escadas, foi para o escritório, segui em seu encalço, como se ela fosse um alimento, passei pela porta após algumas tentativas, vendo Mavi ali inquieta. Foi em direção a gaveta, e quando retornou com um molheiro de chaves nas mãos, ficou lutando contra a fechadura. Eu me vi disposto a tudo para defender Mavi, mesmo que por alguns instantes, tendo-a em meu colo, aceitando os meus beijos, os mesmos que desci por seu pescoço, me aproveitando da sua aceitação, puxei a parte fina do biquini, relevando o seu seio arrepiado, enrijecido
Alexandre me olhou com as sobrancelhas erguidas.Ele, que talvez fosse a pessoa que mais conhece meu pai, me ajudou a levar Ana Liz até o quarto. Ela ainda tentava se manter de pé, mas assim que a colocou na cama, saiu imediatamente à procura dele.— Vihh... Vihh... deita aqui comigo! — Liz murmurou, arrastando as palavras.Eu só queria que ela dormisse.— Estou aqui, Liz. Dorme. Vamos esquecer o hoje. — Sentei na beira da cama. Ana Liz se arrastou até apoiar a cabeça no meu colo. Acariciei seus cabelos, me perguntando como dois adultos, tão irresponsáveis, podiam ter chegado a esse ponto.— Ele não quer... — começou a chorar, sussurrando contra minhas pernas. — O Heitor não quer... ele não quer ter filhos comigo...Suspirei, ainda a acariciando, mas minha mente vagava. Pensava em Raquel. Não a vi desde a piscina. Saí da água depois de alguns mergulhos. Estava lotado. Ela começou a conversar com uma garota e depois disso, simplesmente sumiu.— Dorme, Liz. Relaxa. Você ainda é nova pra
Maria Clara havia desaparecido, revirei todos os cômodos da casa, a sua procura, perguntei a alguns presentes, convidados, vizinhos e até mesmo aos empregados que por ali transitavam, e nada, nenhum sinal dela.A sensação de culpa pesava em meus ombros, como eu pude me deixar levar para tanto? Traindo a minha esposa e o meu único amigo, numa única sentença, e o pior, era perceber todo o sentimento de carinho, desejo de proteção e cuidado para com Maria Vitória, ela parecia assustada diante a tudo que estava vendo, presenciando.Sai da sua casa, lhe deixando ali parada no corredor, acaricicando o próprio cotovelo, senti um desejo de socar o meu o próprio rosto, ao perceber como eu seria egoista, de querer esticar aquela noite a dentro ao seu lado, conversando, beijando os seus lábios e me afundando mais uma vez dentro dela.Maria Vitória deveria ser considerado um erro, para mim, um nome riscado na minha mente, e mesmo me dizendo isso, olhei em direção ao seu quarto, ao chegar ao carro
O que restou da festa foi um verdadeiro caos. Eu sequer consegui dormir olhando para toda aquela bagunça, bebidas e comidas jogadas por todos os lugares, era bastante tarde quando um motoqueiro chegou, a Cíntia, uma das funcionárias me chamou, dizendo que havia algo para mim, achei estranho, até ver do que se tratava.A lembraça de Alexandre, dizendo no quarto que cuidaria sobre o meu uso de anticoncepcional me veio a mente, eu pensei que ele teria esquecido, li as bulas atentamente de cada caixa, e o que me pareceu mais seguro, tomei.Era uma novidade para mim, aquele mundo, eu sabia que precisava ter cuidado com o meu corpo, tudo que me lembrava era de ter ido a ginecologosita algumas vezes, a partir do momento em que começou a vir a minha menstruação, depois algumas crises devido ao excessivo uso de roupas apertadas, biquinis e calcinhas, eram crises de candidiase sem fim.Corrimento aqui ou ali, mas nada de fato, tão preocupante.Fiquei parada me olhando no espelho do quarto, ao co
Ela parou diante da bancada da cozinha, talvez não esperasse de mim uma resposta direta, crua e infonsiva, os nossos olhos cruzaram como quem se enfrentavam naquele pequeno cômodo.— Você sabe o que passou pela minha cabeça enquanto eu te procurava? Sabe como eu me senti?— Neguei, afinal eu nunca saberia, a culpa pesava ainda mais, naquele momento eu estava com Maria Vitória na biblioteca, havia uma mistura de culpa, remorsso, mas menos arrepedimento, fui bombadeado por lembranças sutis.Daquela garota naquele biquini vermelho a minha frente, gemedo falando o meu nome, beijando a minha boca, até se tornar ofegante, enquanto eu continuei, era fácil ser duro com ela, eu me sentia seu dono, e de alguma forma, era gostoso sentir que sei mais do que ela.Clara pegou uma uva e a levou à boca, evitando me olhar.— Não. O que sentiu? Medo? Insegurança? — Perguntei me sentando no sfá, onde esteva a pouco. Ela chupou a uva pegando apenas com a ponta das unhas, era como um desafio para toda e qua
Afirmei, vendo sua surpresa quando voltei para o quarto. Ele ainda parecia atônito com minha presença, como se não acreditasse que eu realmente tivesse voltado. Passei por ele em silêncio, disposta a escutar, afinal eu também tinha erros.Ele fechou a porta atrás de si com força contida, cruzando os braços, o maxilar travado de tensão.— Você não tem direito algum de chegar aqui me ditando regras, Maria Vitória. — Sua voz era baixa, mas firme. — Posso ter exagerado, sim, mas jamais faria as coisas que você mencionou. Eu não sou esse tipo...Eu ri. Ri de nervoso, de raiva, de tudo que vinha entalado há anos.— Ah, não? Então quem estava deitado com a perna de um “negrão” por cima, completamente despido? Hein? Vai negar o que eu vi?Ele empalideceu. Deu um passo para trás, como se minha pergunta tivesse sido um tapa.— Isso… não é possível. Você só pode estar inventando. Sua mãe me avisou, e eu não quis acreditar. Disse que você era venenosa. Que tentou roubar o namorado dela.Fiquei imó
Saí do quarto sem olhar para trás. O som abafado da televisão ligada na sala misturava-se aos meus pensamentos, cada vez mais distorcidos.Não havia como voltar à cama depois daquilo. Nem havia cama onde deitar, na verdade. Apenas um passado que parecia se desfazer, camada por camada, diante dos meus olhos. E no fundo, bem fundo, eu já não tinha certeza se era uma raiva, ou um alívio, eu não sentia mais vontade de tocar em Maria Clara, em estar perto.O peso do que estava acontecendo, transitava entre nós dois, a culpa não era únicamente dela, era nossa, mas ao pensar em Maria Vitória, não havia arrependimento algum, eu jamais seria um hipócrita para tanto, mas sabia que era momento de me afastar.Fui até a varanda, com o cabelo ainda molhado do banho. A brisa da noite era cortante. Sentei na cadeira de madeira, encostei a cabeça na parede e fechei os olhos. O meu corpo cedia, mas a mente ainda processava as palavras de Clara, era como ferro atravessando a carne, sem passagem ou aneste