Capítulo 10
Mariana
Eu devia estar estudando. Tinha uma pilha de leituras sobre fenomenologia me esperando, mas a verdade é que minha mente não saía de outro tipo de investigação. Uma que nada tinha a ver com o conteúdo da aula.
Estava sentada à minha escrivaninha, com o laptop aberto, os dedos inquietos sobre o teclado. Havia uma aba do Google aberta, e nela, duas palavras digitadas: Henrique Azevedo. Meu professor. A pessoa que, nos últimos dias, parecia ter invadido meus pensamentos de maneira irreversível.
O cursor piscava, como se esperasse minha coragem. Respirei fundo. Era apenas curiosidade, tentei me convencer. Nada de mais. Só queria entender mais sobre ele. Talvez me afastar desse sentimento estranho que crescia dentro de mim — ou, pior, alimentá-lo sem perceber.
Apertei "Enter".
Milhares de resultados. Henrique não era famoso, mas também não era invisível. Professor universitário, palestrante, autor de artigos em revistas acadêmicas. Em uma das fotos, ele aparecia muito ma