Capítulo 76
Enquanto isso, Luna…
Ela não chorou.
Nem quando os médicos improvisados disseram que Dante talvez não passasse da madrugada. Nem quando a bala foi retirada entre gritos e sangue, com o bisturi tremendo nas mãos de alguém que nunca quis ser cirurgião. Nem quando o pulso dele vacilou por segundos que pareceram eternidades. Nem quando o cheiro de morte pairou no ar, sutil como veneno.
Ela não chorou.
Em vez disso, firmou os pés no concreto frio da sala de guerra e olhou ao redor como quem renasce de um incêndio. Subiu na mesa central — a mesma onde antes só sentava com permissão, a mesma que já vira reuniões secretas, traições e planos que custaram vidas — e falou como quem sempre pertenceu ali, mesmo quando tentaram convencê-la do contrário.
— A partir de agora, qualquer decisão estratégica passa por mim. Se alguém tiver problema com isso… pode sair. Mas se ficar, vai lutar do meu lado, até o fim.
A sala ficou em silêncio. Um silêncio denso, pesado, como o ar antes de uma te