Capítulo 66
Luna
O lençol ainda guardava o calor do corpo de Dante, mesmo depois de ele ter saído novamente para uma reunião com Rafael e Navarro antes do amanhecer. Mas eu não consegui dormir depois que ele se foi. E havia um motivo claro pra isso: Mariana.
Ela estava a poucos metros dali. Três quartos depois, no corredor da ala leste da casa. E apesar de termos nos reencontrado, de termos partilhado dores, confissões, traumas, ainda havia um muro entre nós. Não por mágoa. Mas por medo. Medo do que mais eu teria que dizer a ela. Do que mais ela teria que ouvir.
Me vesti em silêncio. Calça preta, camiseta de algodão cinza, um moletom leve por cima. Peguei uma xícara de café já morno que repousava na escrivaninha desde que Dante saiu e caminhei até a porta. Respirei fundo antes de girar a maçaneta.
A mansão estava quieta. Os seguranças se revezavam nos andares, mas havia uma paz aparente, uma bolha construída entre muros altos e janelas blindadas. Uma paz frágil, como se o mundo lá for