Capítulo 54
Luna
Às 2h47 da madrugada, deixamos os portões da mansão de Dante em silêncio absoluto, como sombras deslizando pela noite. Não havia música. Não havia conversa. Apenas o som abafado dos motores e a respiração contida de cada um. Dois carros e um caminhão de apoio cortavam as ruas de São Paulo como fantasmas determinados. Os comunicadores foram testados três vezes antes da partida. Os mapas, verificados e memorizados. Cada rota alternativa desenhada com precisão cirúrgica. Cada função, repetida como um mantra.
Rafael estava ao volante do carro da frente, os olhos fixos no caminho à frente como se cada segundo pudesse ser o último em segurança. Chiara ao lado dele, com o tablet nas mãos, monitorava os dados captados por um dos drones que havia sobrevoado a região da tal Fazenda Azul nas últimas vinte e quatro horas. Atrás deles, em outro carro discreto, seguiam os dois agentes de confiança que Rafael havia recrutado. E, por fim, o caminhão de apoio, com equipamentos, máscar