Capítulo 55
Luna
A entrada pela trilha foi rápida, quase silenciosa demais para os batimentos acelerados que preenchiam meu peito. Rafael ficou com Mariana num ponto alto da mata, estrategicamente posicionado para oferecer visão ampla de parte da estrutura, mas também para protegê-la de qualquer investida. Ela não discutiu. Havia maturidade em seus olhos agora, como se, depois de tudo, Mariana tivesse deixado de ser só uma sobrevivente para se tornar algo mais — alguém que sabia o peso do mundo e ainda assim decidia enfrentá-lo.
Dante seguiu à frente, seus passos calculados, mas sem hesitação. Chiara vinha logo atrás, com o tablet nas mãos, pronta para interceptar qualquer sinal. Os dois agentes fechavam a retaguarda, atentos a cada som, a cada movimento entre os galhos. Eu, no meio, sentia o coração batendo nas costelas como um tambor de guerra.
As sombras da madrugada eram densas, úmidas, quase palpáveis. A floresta sussurrava ao redor, mas mesmo a natureza parecia segurar a respira