Capítulo 30
Dante
A ausência dela não fazia barulho.
Era pior assim. Silenciosa. Quieta.
Parecia infiltrar pelas paredes, escorrer pelo chão de mármore, impregnar o ar. Como se cada cômodo carregasse agora o eco da ausência de Luna. E ainda assim, eu não a impedi de ir.
Não porque não quisesse. Mas porque não podia forçá-la a ficar.
Se eu tinha aprendido algo nesse mundo, era que a pior prisão é aquela construída com boas intenções.
E eu me recusei a ser mais uma cela na vida dela.
— Ela está no quarto desde ontem. Não saiu nem pra comer — Chiara comentou, ao deixar o copo de suco em cima da mesa. — E você... está se escondendo de si mesmo ou dela?
Ergui os olhos para a irmã. A voz dela não era acusatória. Era só... lúcida demais. E eu odiava quando ela acertava.
— Dê tempo — foi tudo que respondi.
Chiara bufou.
— Tempo demais mata o que é urgente. Você acha que está protegendo ela? Está, sim. Mas também está se punindo por um erro que ela não cometeu.
Fiquei em silêncio. Porque discu