Cap 6

Vitório Greco 

Felippo_ Então é aqui que você vem quando some misteriosamente.

Meu consigliere fala ao se aproximar de mim, não tenho nenhuma reação, eu sabia que ele estava me seguindo desde a hora que saí do hotel.

Quer dizer, não é como se eu estivesse escondendo o que estou fazendo de alguém, afinal, Isabela será a minha esposa.

No tempo exato, ela sai do prédio. Nos últimos dias, reparei que ela tem saído mais cedo da aula, não posso afirmar com toda certeza que sou o motivo disso, mas o fato é que isso tem me dado mais tempo para olhá-la e ela a mim.

Nenhum de nós nunca tentou uma aproximação, eu porque gosto de observá-la em silêncio, nunca fui bom com as palavras e, de qualquer maneira, já sei que ela é minha.

Já Isabela, provavelmente entende que sou proibido para ela, afinal, a mesma está noiva, só não sabe que sou o noivo em questão.

Vai ser engraçado quando ela descobrir quem eu sou.

Felippo_ Aquela é a garota?

Assinto com um sinal positivo de cabeça, sem tirar os olhos dela, que ao me ver acompanhado se mostra mais tímida e evita um contato mais direto.

Felippo_ Agora entendo essa sua obsessão, ela é linda, tem uma beleza incomum do tipo que faz um homem virar a cabeça.

Vitório_ É sim.

Me limito a responder com poucas palavras, porque não estou disposto a assumir para ele ou para qualquer outra pessoa que o que sinto por ela vai além da sua aparência, é lógico que eu a acho deslumbrante, mas é mais do que isso, a uma conexão entre nós, algo que não sei explicar exatamente o que é, além do desejo ardente, Isabela tem uma doçura, uma inocência e uma pureza com a qual nunca tive contato, e desde que coloquei os olhos nela estou obcecado.

Felippo_ Isso é bom, não é?

Vitório _ O quê?

Felippo_ Você se sentir atraído por ela, afinal vão se casar.

Não respondo, porque ainda não sei se isso é bom. Desde o início, meu plano era fazer desse casamento somente um negócio, nada de sentimentos, nada de emoção, apenas a razão e a certeza de que estou fazendo o que tem que ser feito.

Não estava nos meus planos nenhum outro tipo de envolvimento, a família sempre tem que vir em primeiro lugar.

Felippo_ Vamos embora cara, o jantar de noivado é hoje a noite, você poderá olhar para ela à vontade.

Vitório_ Como se eu fosse deixar alguém perceber o quanto ela me afeta.

Ficamos ali parados por mais um tempo até o carro de vidros escuros vir buscá-la.

Vitório _ Você não acha que ela parece jovem demais para alguém de vinte anos?

Felippo_ Acha que Dário está mentindo sobre a idade da filha?

Vitório_ Não sei, mas vou descobrir.

Felippo_ E se ela ainda for menor de  idade, vai desistir do casamento?

Vitório _ Não, mas vou esperar até que ela complete a maior idade.

Fellipe_ Está mesmo interessado na ruivinha né.

Vitório _ Eu não disse isso.

Felippo_ Nem precisa.

Ele fala rindo.

Voltamos para o hotel e encontramos meu pai  junto com o Tio Paolo, meu primo e minhas prima, eles vieram para o jantar de noivado.

Santino_ Onde vocês estavam?

Felippo_ Por aí, dando uma volta.

É claro que não me importo de meu primo saber o que realmente estávamos fazendo, mas nenhum de nós falaria perto do meu pai e do meu tio.

Bianca_ Vitório  deve estár ansioso para conhecer sua noiva, por isso está inquieto e foi dar uma volta.

Minha prima, irmã de Santino fala sorrindo.

Ao ver Bianca, sinto Felippo ficar tenso ao meu lado, sei que ele sente alguma coisa por ela, mas nunca se manifestou sobre isso então não me meto.

É fato que ele seria um bom marido para ela, mas não sei se meu tio aprovaria o casamento, tudo porque ele é filho de um simples soldado, que cresceu comigo e com Santino e se destacou nos treinamentos, principalmente na criação de planos e estratégias, um dos motivos pelo qual o escolhi como meu consigliere,  ele e Santino são as pessoas em que mais confio no mundo.

Pelo canto do olho vejo que Bianca também olha para ele, mas tenta disfarçar.

Martino_ Vitório não é bobo, ele não tem essas ideias tolas de romance, sabe que esse casamento é apenas uma aliança, um negócio que será benéfico para a nossa família.

Paolo_ Sim, mas é bom ele ter uma esposa que seja submissa e mais do que tudo fiel a nossa família.

Martino _ E ela será, Dário me garantiu que a filha foi criada para ser a esposa perfeita.

Ficamos ali conversando por mais um tempo até que chega a hora de nos arrumarmos, assim cada um vai para o seu quarto e as oito horas em ponto estamos todos na porta da mansão dos Ferrari.

Por fora estou com uma expressão impecável, de quem não se importa com nada, mas por dentro estou o tempo inteiro pensando nela, em qual será a sua reação ao me ver, ao descobrir que é comigo que vai se casar.

Quando a porta se abre Dário e sua esposa vem nos receber com bons anfitriões, a mãe de Isabela não é ruiva como pensei que fosse e me pergunto a quem a filha puxou.

Dário _ Boa noite sejam bem vindos.

O Subchefe da Camorra nos saúda, e todos entramos sendo direcionados para a sala de estar.

Na casa também está Giovani Rossi, o dom da Camorra e Francesco Romano o seu Consigliere, além de suas respectivas esposas.

Após os comprimentos, bebidas são servidas mas não há nenhum sinal dela, da minha bela ruiva.

Dário _ Aí está ela, minha filha! Venha até aqui Isabela, venha cumprimentar as visitas.

Sem me controlar, olho rápido demais para a porta de entrada me decepcionando na mesma hora.

Ali caminhando com um sorriso nada tímido no rosto está uma cópia mais jovem de Camilla, a esposa de Dário, aquela não é a garota a quem eu tenho observado nos últimos dias.

Os olhos de Felippo me encaram tão confusos quanto os meus.

Ate que de trás dela surge a a ruiva que meche comigo de forma enigmática, com seu jeito tímido.

Quando ela me vê, o choque toma conta da sua face, com certeza não esperava me encontrar aqui.

Santino_ Uau!

Meu primo exclama ao meu lado quando a vê e eu tenho vontade de arrancar os olhos dele.

Dario_ Essa é a minha filha Isabel.

Minha atenção é desviada da ruiva, quando o subchefe da Camorra apresenta, a garota de cabelos castanhos e olhos cor de mel, ela não é feia, mas possui uma beleza comum, do tipo que não me arrancaria um segundo olhar.

Ao mesmo tempo em que saber que um casamento com ela deixaria meus sentimentos e emoções em segurança, sinto uma enorme decepção, me atingir.

Martino_ Então essa é a noiva do meu filho, que bela ragazza!

As apresentações são feitas e percebo a garota me olhando com cobiça, nada diferente do que já estou acostumado.

Enquanto nós encaminhamos para a sala de jantar seguindo os anfitriões da noite, eu aproveito para olhar a ruiva que agora não faço ideia de qual seja o nome.

Santino _ É melhor parar de encarar a ruivinha linda, ou todos irão perceber.

Meu primo me alerta, merda fui pego no flagra.

Felippo_Ei, repararam que ninguém nos apresentou ela?

Vitório_ Não estou entendo nada, era ela que ia as aulas de música.

Sintino_ Agora eu que estou confuso o que está acontecendo?

Felippo_ Depois te explicamos.

Nossas conversa através de sussurros se encerra assim que entramos na sala de jantar.

Logo a refeição é servida, e com a disposição dos lugares tenho a sorte de ficar sentado de frente para ela.

Seu rosto o tempo inteiro fica abaixado, me fazendo ansiar por seu ver os seus olhos azuis, mais lindos que o próprio céu.

Mesmo assim percebo uma tristeza, apenas por seus movimentos, pela forma como remeche a comida com uma aparente falta de apetite, será que está assim porque descobriu que vou me casar com a Isabela? Ela estava tão envolvida quanto eu,  sentia isso em nossas trocas de olhares.

E porque ninguém até agora nos apresentou ela?  Nem sequer seu nome foi mencionado.

O jantar transcorre normalmente até que Santino se manifesta.

Santino_ Está sem fome, senhorita... Como é mesmo o seu nome? Não fomos apresentados.

Ela olha para ele como se quisesse se enfiar em um buraco.

Camilla_ A perdão, como somos distraídos, estávamos tão empolgados e felizes com vocês aqui e com o noivado que acabamos nos esquecendo.

Esquecendo? 

Quem esquece uma pessoa? Especialmente alguém da família?

Dário_ Essa é Annastacia, ela é minha afilhada, é como uma filha para mim, pois eu acolhi quando criança, quando seus pais morreram.

Ele continua falando, mas eu paro de prestar atenção quando ele diz o nome dela.

Annastacia, então esse era o seu nome, combina muito mais com ela do que Isabela.

Ouço ela responder para Santino que está sem fome, sua voz soa tão baixa que ele nem sequer escuta, mas eu ouço muito bem, a voz angelical, tão delicada quanto ela e preciso controlar meus pensamentos, que me fazem imaginar aquela voz gemendo meu nome enquanto eu a fodo em minha cama como a minha esposa, como eu pensei que faria daqui a alguns meses.

Queria poder repetir seu nome em voz alta mas é obvio que não faço isso, apenas fico observando-a disfarçadamente e mais intensamente quando ninguém está olhando.

Até que Felippo me faz voltar a realidade quando Cutuca o meu ombro.

Felippo_ Chegou a hora do pedido Vítor, está com as alianças aí?...

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App