Cap 5

Annastacia Petrov

Droga, dessa vez a Isa se superou, a aula acabou e ela ainda não chegou, e agora? O que vou dizer para os soldados do papai que estão nos esperando lá fora?

Antes de sair e inventar uma desculpa, a qual não faço ideia do que será, mando uma mensagem para ela perguntando onde está.

A resposta vem instantânea, ela diz que está chegando e manda que eu fale para os seguranças a pegarem na portaria de trás, pois está fugindo de uma colega que insiste em ser amiga dela. Ao menos ela já veio com a desculpa pronta, sou péssima em inventar história e em mentir também.

Acho que é por isso que saio toda tensa do prédio, tentando me concentrar na mentira que vou falar.

..._ Senhorita, onde está sua irmã?

Um dos soldados pergunta, já em modo de ação, assim que me vê chegando sozinha.

Annastacia_ Ahn… É... A Isa… Pediu para pegarem ela na portaria dos fundos, parece que não quer encontrar uma colega de turma inconveniente que insiste em ser amiga dela.

Mesmo com minhas pausas e meu gaguejar, ele parece ter engolido a história, pois assim que entro no automóvel, ele manda o motorista dar a volta para os fundos do prédio e, para o meu alívio, minha irmã está lá, com um sorriso no rosto, como se quase não tivesse me matado do coração ainda há pouco.

Isabela _ A partir de agora, quero que peguem aqui nos fundos todos os dias, não quero aquela garota chata me incomodando.

Mente na cara dura e eu só faço encarar ela, tentando descobrir o que está aprontando.

Encontramos a casa vazia, papai e Camilla haviam saído para um evento da família, então pude seguir Isa para o seu quarto a fim de obter mais informações.

Annastacia_ O que deu em você? Quase foi pega hoje, e que história é essa de que vai sair só pelos fundos do prédio?

Isabela_ Relaxa, irmã, tenho tudo sobre controle, o Dante e eu só queremos passar mais tempo juntos, só isso.

Annastacia_ Sabe que se descobrirem sobre você e esse garoto, ele será morto, não é? 

Isabela_ Ninguém vai descobrir nada, a não ser que você conte.

Annastacia_ Eu jamais contaria a alguém Isa, mas acho melhor acabar com isso, você está noiva agora, e não de qualquer um, mas do dom da maior máfia do país e do mundo.

Isabela_ Mais um motivo para aproveitar  enquanto posso, sabe de uma coisa, você é que tem sorte, é livre para fazer o que quiser.

Annastacia_ Não sabe do que está falando.

Digo com tristeza e saio do seu quarto, ser o segredinho sujo da família nunca me garantiu liberdade, muito pelo contrário, nem frequentar uma escola eu pude, ter amigas então jamais, sempre estive presa atrás dos muros dessa casa, e as únicas vezes em que pude sair foi acompanhando a Isa, como uma mera expectadora da vida dela, e só pude fazer aquelas aulas porque me passava por ela , e enquanto estava na sala de aula ela se divertia.

Nunca viajei de férias com a família, nunca tive uma festa de aniversário, nunca fui ao shopping e como Isa sempre diz, nunca beijei um garoto para saber o quanto é bom.

Como poderia se vivo trancada aqui?

Ao deitar em minha cama lágrimas escorrem sem que eu possa controla-las, nem sei porque choro, essa é a minha realidade e ela só vai ficar mais solitária quando a Isa se casar, nem minha irmã terei mais ao meu lado.

Naquela noite não desci para jantar, fiquei em meu quarto pensando em meu futuro, pensei em pedir ao papai para me mandar estudar fora do país, já que na Itália isso não poderia acontecer, talvez ele me deixasse fazer faculdade nos Estados Unidos, eu havia aprendido a falar inglês fluentemente.

Lá eu poderia ter uma vida normal, e ser livre de verdade.

Os dias passaram e eu não falei nada com papai, decidi esperar o casamento da Isa passar para conversar com ele.

Na quinta fui normalmente para a escola de música com a Isa e como sempre ela fugiu pelos fundos e eu fiz a aula em seu lugar, mas dessa vez não consegui me concentrar em nada só pensando nela, o medo de ela ser pega me corroendo, minha irmã estava maluca por se arriscar tanto asism, e o pior, se fosse descoberta, tenho certeza de que a mãe dela daria um jeito de jogar a culpa em mim.

Dessa vez quando sai do prédio o carro com os soldados não estava lá, não me preocupei pois sabia que eles esperariam nos fundos, afinal a filha legítima do subchefe era a prioridade, principalmente agora que estava noiva do dom da Cosa Nostra.

Enquanto caminhava, senti uma coisa estranha como se alguém tivesse me observando e quando levantei o rosto e olhei ao meu redor, foi como se o resto do mundo tivesse deixado de existir, uma conexão desconhecida me atingiu de imediato quando meus olhos encontraram os olhos escuros daquele estranho de aura perigosa e dominante.

Ele me olhava com tanta intensidade que senti minhas bochechas queimarem, tinha certeza que estava vermelha de vergonha.

Mesmo assim queria olhar para ele novamente, por isso lutei contra a minha timidez e olhei mais uma vez, seus rosto perfeito, parecia ter sido esculpido a mão, o homem era alto, muito alto, devia ter por volta de um metro noventa, e ele era forte, muito forte, mesmo coberto por seu terno sob medida, dava para ver os músculos sobressaírem, seus cabelos eram pretos e lisos, os olhos pareciam ser castanhos escuro, de onde eu estava não dava para ter certeza, a barba cerrada era um charme e lhe dava um ar masculo, e ele tinha cara de mal, daqueles tipo badboy das histórias de romance que eu gostava de ler.

Ele percebeu que eu o encarava e manteve seu olhar ser desviar por um segundo.

Meu coração estava disparado e eu estava confusa.

Nunca havia me sentindo assim antes, aquilo era novo para mim e assustador.

Ficamos naquela troca de olhares estranhamente boa e ao mesmo tempo assustadora até que os soldados vieram me buscar.

Quando entrei no carro nem o sorriso de quem aprontou da Isa me faz sair do meu torpor e tudo que eu queria era que a próxima terça feira chegasse logo para mim ver se o homem mistérioso de olhar intenso estaria lá.

E assim foi, terça feira quando saí da aula de música com a ansiedade a mil, lá estava ele me olhando com aqueles olhos profundos como dois lagos negros.

Não conseguia identificar nada na expressão dele a não ser que seus olhos estavam cravados em mim, e eu não conseguia parar de olhar para ele .

Na quinta feira foi a mesma coisa, ele estava lá, mas porque não vinha falar comigo? Ele ficava me olhando mas não fazia nenhum movimento de que ia se aproximar, eu me perguntava se devia agir, mas a minha timidez não permitia, ele parecia ser bem mais velho que eu e com certeza me acharia uma pirralha sem graça, além disso se papai descobrisse eu nem sei o que podeira acontecer.

Eu havia abandonado a aula na metade, só para ter mais tempo para vê-lo, havia algo reconfortante em ficar ali trocando olhares com ele, mesmo que soubesse que não passariam daquilo...

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