Selene Castiel
Sabe aquele segundo… aquele exato segundo… que teu corpo congela, tua visão escurece nas bordas, teu estômago despenca, e você sente — você SENTE — o chão abrir debaixo dos teus pés?
Foi isso. Foi exatamente isso que aconteceu.
Meus olhos arderam. Meus dedos soltaram sem querer as cartas. Elas caíram no chão, como se o universo dissesse:
“Isso, bebê. Segura mais essa.”
E eu?
Fiquei. Parada. Olhando.
Caius.
Molhado.
Na piscina.
E ela. Ela. Clara.
Com as mãos nele. Na cara dele. Na boca dele.
Minha visão ficou turva. O peito explodindo. O sangue... virou lava.
— Claro. — soltei, rindo. Uma risada seca, cortante, que parecia ter saído direto do inferno. — E eu... eu sou a errada, né?
Me virei.
O som da água atrás de mim, os passos apressados dele saindo, molhado, tropeçando.
— Selene! — ele gritou. — Selene, NÃO! NÃO É O QUE PARECE!
Bati a porta com tanta força que o barulho ecoou até na alma. Subi as escadas quase tropeçando no próprio ódio, no próprio pei