Selene Castiel
Os dias se passaram e quase duas semanas depois da queda, do gesso e da quase reconciliação com o silêncio, o médico finalmente deu o veredito:
— Pode voltar à rotina, mas sem saltos de guerra nem desfiles de ego. E, por favor, nada de escadas carregando metralhadoras, senhorita Castiel.
— Prometo só metralhar verbalmente — sorri, falsa como meu bom humor.
Ele riu. Me desejou boa sorte. E eu saí da clínica como quem acabou de ser liberada da prisão... pra outra.
Quando voltei pra mansão, a mensagem já me esperava no celular:
Arthur: “Problema na filial de Lisboa. Diretoria regional envolvida em fraude de contratos. Você e Caius precisam ir.”
Claro. Porque Deus não descansa e meu karma não tira férias.
Caius entrou no quarto pouco depois, já com uma mochila jogada no ombro.
— Malas prontas?
— Sempre. Minha vida cabe numa nécessaire de caos e batom vermelho.
Ele não respondeu. Só me entregou o passaporte e o bilhete. Um voo privado. Direto pra Lisboa. Dois dias de reuniõe