Selene Castiel
A luz da manhã toca meu rosto como se não soubesse que eu dormi com um peso que não era só de gesso e tala. Era o peso do braço dele. Do cheiro dele. Da respiração quente colada na minha nuca. E do conforto indecente que meu corpo sentiu com tudo isso.
Acordei antes dele, claro. Sempre acordo antes. Mas dessa vez, não me mexi. Fiquei ali, de olhos entreabertos, fingindo sono enquanto o som tranquilo da respiração de Caius preenchia o espaço entre nós. Era estranho. E perigoso. Porque por alguns minutos, meu peito não parecia um campo de batalha. Parecia... casa. E isso me assustava mais do que qualquer arma.
Ele se mexeu. Devagar. O braço escorregou da minha cintura e eu fechei os olhos de verdade dessa vez, como se o movimento dele pudesse me acordar. O som abafado do celular vibrou ao lado da cama. O meu.
Ele se afastou, levantando. Eu continuei deitada, sentindo a ausência dele pesar tanto quanto a presença.
Minutos depois, ele entrou no quarto de novo. O rosto tranq