O fim da tarde chegou como uma brisa morna atravessando a cortina da cozinha.
Mila já tinha varrido o pátio, separado a mesa, escolhido os pratos.
Nem sabia por que se importava com esses detalhes, mas sabia que se importava.
Acendeu as luzes mais cedo naquele dia — não queria que o escurecer a pegasse de surpresa.
Separou os ingredientes que tinha comprado na feira no dia anterior: batatas, ervas frescas, queijo temperado, dois limões pequenos.
Era simples, mas ela queria preparar algo que tivesse um pouco dela ali.
Pouco depois das seis, ouviu o carro estacionar.
O coração respondeu antes de qualquer pensamento racional.
Blerim surgiu com uma sacola de papel em uma mão e um sorriso calmo no rosto.
— Tô começando a achar que inventei essa desculpa da janela só pra vir mais vezes.
— Eu já tinha percebido — disse Mila, tentando conter o sorriso. — Hoje, sou eu quem cozinha. Você senta e observa.
— Observo?
— Isso mesmo. E sem críticas.
Ele ergueu as mãos, rendido.
— Prometo ser só elog