O sol já estava alto quando Mila saiu de casa com a sacola de pano pendurada no ombro.
Precisava de ar.
Precisava de qualquer coisa que a lembrasse que o mundo continuava girando, mesmo quando ela não sabia muito bem como se mover.
A caminhada até o vilarejo era curta, mas parecia mais longa naquele dia.
O corpo carregava a memória da noite anterior — o toque dos dedos dele sobre os dela, a respiração contida, o quase-beijo que tinha ficado pairando no ar como promessa.
Tentou se convencer de que não significava tanto.
Mas cada passo provava o contrário.
Na praça central, o movimento era tranquilo.
As bancas de flores estavam montadas, e o cheiro fresco de lavanda e hortelã misturava-se ao aroma de pão recém-assado.
Mila comprou um maço de crisântemos amarelos, sem saber direito por quê.
Talvez só quisesse enfeitar a casa.
Talvez quisesse criar a ilusão de que aquele lugar já era seu por inteiro.
Na loja ao lado, pegou um jogo de xícaras esmaltadas, simples, mas bonitas.
Enquanto a do