A luz da manhã entrou tímida pela janela da casa, iluminando as tábuas do chão que Mila começava a reconhecer como suas. Mas, por dentro, seu coração já corria contra o tempo.
Ela sabia que, por mais que tentasse se abrigar na memória daquela casa, o mundo lá fora não daria pausas.
Naquela tarde, com a caixa de cartas trancada no armário e o caderno da mãe guardado, Mila sentou-se à pequena mesa perto da janela. O laptop aberto mostrava uma lista de e-mails que se acumulavam há semanas.
O apartamento que ainda alugava em Roma precisava de uma decisão urgente. O contrato estava no fim, e a proprietária cobrava uma resposta: renovar ou entregar a chave. Tudo parecia tão distante que quase não pertencia mais a ela. Mas bastava um clique, uma resposta, e seria obrigada a admitir que essa escolha podia mudar tudo.
Ela passou os dedos pelo teclado, tentando pensar com clareza, mas a cabeça girava com contas, prazos e aquela sensação incômoda de que o tempo da vida real não combinava com o t