Na manhã seguinte, acordaram cedo.
O sol invadia o quarto da pousada em faixas quentes que atravessavam a cortina, iluminando o rosto de Blerim.
Mila ficou olhando em silêncio, tentando guardar aquela imagem: o homem que chegara como um acaso e agora era a raiz de tanta coisa boa.
Quando ele abriu os olhos, sorriu, ainda com a voz rouca de sono.
— Você tá me vigiando?
— Tô. — Ela encostou o queixo no peito dele. — Porque eu não quero esquecer nada disso.
Ele passou a mão pelos cabelos dela, num carinho lento.
— Eu prometo que a gente volta aqui.
— Eu sei. Mas não é só por isso. — Mila respirou fundo. — É porque eu tenho medo que um dia tudo isso pareça um sonho.
— Não vai parecer. — A voz dele era tão calma que fazia tudo ficar simples. — Porque você construiu. Nada disso veio de graça.
Ela sorriu, com o coração cheio.
— E você acha que eu construí sozinha?
— Acho que você teve coragem. — Ele encostou a testa na dela. — E eu só tive a sorte de estar aqui.
Tomaram café na varanda da po