O silêncio da mansão parecia gritar.
Assim que entraram, Amara tirou os saltos, os passos ecoando pelo piso de mármore enquanto subia as escadas.
O vestido justo ainda delineava cada curva, e o cheiro do evento — perfume caro, fumaça de charuto e hipocrisia — ainda pairava no ar.
Dante a seguiu com o olhar, as mãos nos bolsos da calça social, o rosto impassível, mas os olhos… aqueles olhos cinza carregavam o caos.
Ela entrou no quarto, trancando a porta atrás de si, o corpo latejando de cansaço e raiva.
Lentamente, desfez o penteado, deixando os fios negros caírem pelos ombros, e começou a soltar o zíper do vestido.
Mas antes que pudesse se livrar completamente da armadura de cetim, alguém bateu na porta.
— Abra, Amara — veio a voz de Dante, grave, autoritária.
Ela fechou os olhos, respirando fundo.
Sabia que ele viria. Ele sempre vinha.
Não respeitava limites, muito menos o dela.
— Vai insistir até quando nessa pose de protetor? — ela perguntou, destrancando a porta com um