Capítulo 17

O silêncio da mansão parecia gritar.

Assim que entraram, Amara tirou os saltos, os passos ecoando pelo piso de mármore enquanto subia as escadas.

O vestido justo ainda delineava cada curva, e o cheiro do evento — perfume caro, fumaça de charuto e hipocrisia — ainda pairava no ar.

Dante a seguiu com o olhar, as mãos nos bolsos da calça social, o rosto impassível, mas os olhos… aqueles olhos cinza carregavam o caos.

Ela entrou no quarto, trancando a porta atrás de si, o corpo latejando de cansaço e raiva.

Lentamente, desfez o penteado, deixando os fios negros caírem pelos ombros, e começou a soltar o zíper do vestido.

Mas antes que pudesse se livrar completamente da armadura de cetim, alguém bateu na porta.

— Abra, Amara — veio a voz de Dante, grave, autoritária.

Ela fechou os olhos, respirando fundo.

Sabia que ele viria. Ele sempre vinha.

Não respeitava limites, muito menos o dela.

— Vai insistir até quando nessa pose de protetor? — ela perguntou, destrancando a porta com um
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