** Maria Silva**
“Olá, falo com a senhora, Maria Silva?” A voz da mulher surge depois do meu alô.
“Sim, sou eu mesma.”
“Alguns exames ficaram prontos, e o doutor quer falar com você.”
“Claro, eu vou para o hospital agora mesmo.”
“Calma, senhora Maria, o doutor vai falar com você amanhã de manhã, por isso estou ligando para marcar.”
“Obrigada.”
Gabriel estava me olhando, e uma onda de vergonha me atingiu. Eu havia contado minha vida inteira para ele, um completo estranho que me salvou de um atropelamento e depois de outro quase acidente. Quem era ele? Por que se importava tanto comigo?
“Maria, vamos voltar para a lanchonete e conversar. Talvez essa angústia que você está sentindo diminua um pouco,” ele sugeriu, com um tom suave.
Suspirei, sentindo o peso de tudo que estava acontecendo. “Ah, Gabriel... Eu estou me sentindo tão incapaz, como se o mundo estivesse desabando na minha cabeça.”
Ele me olhou com um ar de compreensão, mas também de impotência. “Eu não tenho filhos, mas consig