19h00 em ponto.
O mundo seguia girando.
Mas na cobertura 1501 da 83rd com a Broadway… o tempo simplesmente parou.
Clara Valentina surgiu na sala como se tivesse sido esculpida em segredo por mãos blasfemas e vestida por deuses vingativos.
O vestido verde esmeralda parecia líquido sobre sua pele dourada — moldado em cada curva, como se a natureza tivesse feito sob medida e pedido pra Ícaro só finalizar com um toque de pecado.
O ombro único revelava uma clavícula desenhada a lápis. A fenda lateral, quase uma ameaça velada.
O rabo de cavalo alto, trançado com fios de cristais finos, reluzia a cada passo — como se dissesse “Olhe, mas não toque. Ou sofra.”
Mas era o cheiro…
Ah, o cheiro.
Uma mistura assassina de âmbar com jasmim, fundo de baunilha negra e um leve toque de pimenta rosa — como se a própria luxúria tivesse se engarrafado e borrifado em cada centímetro de Clara.
Na sala, Ícaro e Rebeca pararam.
Literalmente.
Rebeca soltou:
— “Gente… alguém avisa ao Vaticano que a luxúria virou