O motor do Maserati ronronava feito fera domesticada.
Mas dentro dele, dois predadores em silêncio.
Clara ajeitou o vestido verde esmeralda sobre as coxas, cruzando as pernas com a calma cruel de quem sabe que cada gesto seu é um espetáculo particular.
A luz dos postes realçava o brilho discreto do tecido, que moldava o corpo como uma segunda pele de sedução.
O salto agulha roçou o assoalho.
E o perfume dela — quente, com especiarias, âmbar e um fundo de incenso — preencheu o carro como um feitiço de mil anos.
Dante segurava o volante como se aquilo fosse a única âncora entre ele e o descontrole.
Mas não era.
O único som que realmente importava…
Era ela respirando.
O único perigo real?
A perna dela. Ali. A centímetros. Quase encostando na dele.
Quase.
A cidade passava do lado de fora em flashes borrados. Mas dentro daquele carro, o tempo se arrastava com a lentidão indecente de quem saboreia cada segundo antes do toque.
— “Gostou das flores?” — ele perguntou, rouco.
Não a olhou. Não p