Clara ajeitou a camisa sobre o corpo ainda nu, tentando manter a pose enquanto recolhia os restos do próprio autocontrole espalhados pela sala privativa.
O salto direito estava virado de lado, uma taça caída no chão… e Dante?
Apoiado na mesa, ainda sem camisa, o olhar pregado nela como quem grava um filme só com os olhos.
— “Preciso voltar.” — ela disse, tentando disfarçar a voz ainda trêmula do orgasmo que atravessou o horário comercial.
— “Voltar pra onde?” — ele perguntou, com um meio sorriso. — “Pra planilhas? Pro mundo onde a gente finge que não se quer?”
Ela vestiu o blazer como se fosse uma armadura.
— “Sim. Porque eu sou adulta. E adultas têm jobs, entregas e dignidade.”
Ele se aproximou devagar, pegando o salto que faltava e se ajoelhando na frente dela.
Calçou o sapato como um príncipe ao contrário — porque a Cinderela dele, ali, tinha passado da meia-noite e já tinha perdido bem mais que o sapato.
— “Dignidade é superestimada.” — ele murmurou. — “Eu quero você. Agora.”
— “E