A porta do elevador se abriu com um ding suave.
Mas não havia nada de suave no que Clara Valentina carregava.
O 49º andar da Hudson Tower era uma obra de arte corporativa: mármore italiano no chão, esculturas modernas nas laterais e um silêncio que só os lugares muito caros e muito perigosos sabem sustentar.
Clara deu três passos à frente.
O salto agulha estalava contra o piso como um lembrete:
- “Alguém está prestes a perder o controle. E não vai ser ela.”
Os olhos varreram o ambiente.
Recepção ampla, minimalista, com uma parede inteira de vidro mostrando Manhattan em sua glória. No centro, um arranjo de orquídeas brancas — provavelmente caríssimas, estrategicamente posicionadas para dizer “aqui, o dinheiro não dorme”.
Mas o que chamou a atenção de Clara…
- foi o silêncio.
Ali, tudo respirava poder.
Respirava controle.
E ela estava pronta pra desmontar isso com um simples “bom dia”.
A secretária se levantou assim que a viu.
Jovem, elegante, camisa preta, coque bem feito. Sorriso no p