07h45.
O carro preto deslizava pela Columbus Avenue, cortando a cidade como faca quente em manteiga de privilégio.
Clara sentava no banco de trás, blazer ajustado, café sem açúcar nas mãos.
O trânsito? Um caos. A playlist? Jazz francês.
Mas na cabeça dela… era outro som que tocava.
Lembranças.
As verdadeiras joias da vida dela não estavam no porta-joias… estavam no 49º andar.
Nomes: Rebeca, Nanda e Lívia.
As três mulheres que sabiam o que ela gostava, o que ela temia e como ela reagia quando o mundo tentava dobrá-la.
E o melhor?
Ela não precisou procurá-las. Elas se encontraram.
Primeiro semestre da faculdade. NYU.
Clara chegou atrasada na aula de Introdução à Comunicação Estratégica.
Calça jeans, camisa social e um inglês que ainda lutava pra se soltar sem sotaque.
No fundo da sala, três garotas riam.
Clara não riu. Só observou.
A primeira que se destacou foi Rebeca.
👉 Batom vinho, cabelo vermelho em corte reto e uma arrogância natural de quem já tinha lido Baudrillard aos 14 anos.