O restaurante escolhido por Jonah, era um dos restaurante mais renomados que havia em Rochester e que nunca com meu salário de jornalista, conseguiria pagar se quer um prato ali. Mas ali estava eu, observando todo aquele movimento contínuo de pessoas bem vestidas, conversando em tom baixo, sendo servidos por pratos minuciosamente decorados. O maître se aproxima de mim e disfarçadamente ele me olha, com certeza reparando no vestido barato que estava usando. Não havia tido tempo de ir até uma loja, comprar algo que as pessoas percebessem que era caro.— Boa noite — diz com a voz suave — Já tem mesa reservada?— Na verdade... — Antes que eu terminasse, percebo quando Jonah vem em minha direção com um largo sorriso no rosto — Estou com ele — Termino a frase, abrindo um grande sorriso no meu rosto, me sentindo radiante por dentro em apenas ver Jonah, sentindo todo meu corpo aquecer em seguida, quando um de seus braços deslizam pela minha cintura.— Claro — diz o maî
Na manhã seguinte, tomei a decisão mais inesperada naquele momento, após buscar a informação que precisava em sites de buscas e descobrir que o que eu precisava, estava alguns quilômetros do meu apartamento. O dia mal havia amanhecido e eu já estava em pé, na verdade, caminhando pelas ruas desérticas, esperando não ser assaltada ou morta. Mas por sorte, encontro um táxi naquele horário, que faz a bondade de me levar até meu destino. Por alguma razão, mais uma vez inexplicável, me sentia mais do que determinada naquela manhã, me sentia inundada por... coragem e não era qualquer tipo de coragem. Era uma coragem que com certeza movia o mundo. Era como se estivesse indo para uma guerra, na verdade sentia como se estivesse, já que estava indo enfrentar Brian Harris. Estava ciente de que dessa vez, poderia não conseguir apenas um processo, mas sim acabar presa. Não que eu estivesse planejando invadir uma mansão, que deveria ser mais protegia do que a própria
Meus tênis faziam barulho no piso encerrado a medida que eu avançava para o interior da empresa de Brian Harris. Saber que ele estava a minha espera, alguns andares acima, me trouxe uma pequena sensação de medo. Era pequena, poderia não dar importância e fingir que não estava ali, era o mais apropriado a se fazer naquele momento e foi o que tentei fazer a medida que aquele elevador avançava para cima. E foi diante desse cabo de guerra, que um d’javú me atingiu em cheio. Era como se mais uma vez, estivesse apenas assistindo. Havia um frio na minha barriga persistente, eu queria me livrar dele a qualquer momento, era impossível. Só que não era um frio da barriga comum, era um frio misturado com medo e ansiedade, como se estivesse pressentindo que algo de ruim fosse acontecer. Por um momento, me vi desejando que aquele elevador desse alguma pane no sistema e que simplesmente, por uma obra do destino ou não, desabasse e acabasse no subsolo e meu corpo se cortass
Entre ter que lidar com a pressão de Frank e toda a agitação do jornal, preferi ir para um lugar aonde tinha agitação mas, que poderia desfrutar de uma boa xícara de Cappuccino. Para qualquer outra pessoa talvez, poderia parecer estranho, eu gostar tanto de ficar perto do hospital. Não que eu gostasse do hospital, eu gostava daquela cafeteria e também... poderia correr o risco de ver Jonah, não que este fosse meu plano desde do começo. A voz de Brian ecoava em minha cabeça pelos fones de ouvidos, já era a segunda vez que ouvia aquela entrevista e com base nisso, começava a escrever. Se Frank queria uma entrevista, ele teria uma. Meus dedos deslizavam rapidamente sobre o teclado do notebook, meus olhos estavam fixados na tela e estava completamente alheia a tudo que estava ao meu redor. E mesmo com o conteúdo que eu tinha, que poderia dividir opiniões, estava disposta em enfrentar as consequências. Pego a xícara com um pouco de Cappuccino de Avelã, lev
Antes mesmo de virar a esquina da rua onde morava, pessoas correndo naquela direção chamou minha atenção. Assustada, olho para trás, verificando se não estavam correndo de um ladrão em específico. Mas não havia nada lá, além de mais algumas pessoas correndo. Por instinto, acabo fazendo o mesmo e ao virar a esquina, me dou conta do que estava acontecendo, ao ver carros de bombeiros em frente da minha casa, que agora estava em chamas. Não conseguia acreditar no que estava bem diante dos meus olhos, mesmo com o calor que me envolvia, juntamente com os gritos. O lugar que estava morando já a algum tempo, que tinha como lar, estava em chamas. Os nossos vizinhos se moviam de um lado para o outro, sem saber o que fazer, enquanto as chamas engolia minha casa e ameaçava fazer o mesmo com as casas vizinhas. Os bombeiros tentavam de alguma forma impedir que o fogo se alastrasse, permitindo assim que as chamas apenas engolissem minha casa ou o que restou
Acordo com um sobressalto, quando algo bate com firmeza contra a mesa que estava debruçada. Ergo a cabeça no mesmo instante, olhando fixamente para frente, demorando alguns segundos para lembrar aonde estava e quem estava na minha frente. Meus olhos deslizam para o meu redor, noto diversos pares de olhos em minha direção e concluo depois de mais alguns segundos que o dia já havia amanhecido, mesmo eu tendo consciência que só havia cochilado sobre a minha mesa, após colocar no jornal daquela manhã, a entrevista com Brian Harris.— O que foi isso? — Frank pergunta lentamente, jogando em minha frente o jornal daquela manhã com a foto estampada de Brian.— A entrevista que você queria — digo ainda sonolenta, sustentando seu olhar.— Você tem noção do que fez? Das consequências que isto terá?! — Eu não conseguia pensar nas consequências que ele estava falando, acredito que já estava passando por isso, minha amiga estava no hospital e eu não tinha mais casa, além de ter a constante s
A parte mais estressante naquele dia, com certeza foi enfrentar uma loja de roupa com outras mulheres. Eu gostava de comprar roupas, isso claro, antes. Perder algumas horas olhando vitrines e provando roupas que acabaria não levando. Mas naquele dia, necessariamente naquele momento, não me vi nem um pouco atraída com o fato de comprar roupas novas e acabei saindo da loja com as primeiras peças de roupa em que vi, sem ao menos as provar. Aproveitei o tempo que tinha ao sair da loja e procurar um táxi, para ligar para o seguro do apartamento e isto sim foi estressante, ter que explicar como meu apartamento havia pegado fogo mesmo eu não estando lá. Eles acabaram mencionando por fim, que precisavam da perícia da polícia para tomar um veredicto, o que para mim significava que eu teria que passar alguns dia em algum motel. Observar as pessoas pela janela do táxi, me acalmou por um momento, me fez esquecer por um tempo todos os meus problemas mas, isto só durou até meu cel
Quando abro novamente meus olhos, estou em um corredor de um hospital, a maca que estava deitada, passa rapidamente pelas luzes no teto e isto acaba por me deixar um pouco tonta, novamente ouço uma breve conversa e de repente entro em uma sala com a iluminação moderada, dessa vez reconhecendo o médico que se debruça sobre meu corpo. Era Jonah. Mais lágrimas escorrem pelos cantos dos meus olhos, enquanto em minha mente uma voz gritava para ele me ajudar e não me deixar morrer. Eu não queria morrer, novamente, sabia que era pedir muito mas, eu só queria mais uma chance... Um aparelho não muito longe de mim começa a apitar de um jeito estranho. Não estranho o suficiente para saber o que significava. Eu estava morrendo! Não! Não! Não!!, começo a gritar na minha cabeça inutilmente, sabendo que ele não poderia me ouvir, que ninguém ali poderia e mesmo assim continuei, até o ver começar uma massagem cardíaca, enquanto eu o olhava fixamen