onah Harris é médico cirurgião cardiologista no Mayo Clinic, diferente do irmão gêmeo não é difícil de lidar, mal humorado e exigente. Até então nunca havia olhado para sua cunhada com outros olhos, até o dia que ela o beijou por engano e as coisas acabaram saindo do controle. E se viu diante da morte algum tempo depois. Brian Harris é um CEO exigente e odiado, que comanda sua vida pessoal da mesma forma que comanda sua empresa. Tem Elena, sua esposa, como esposa troféu e a trata como mais uma de seus funcionários. Rebeca Barker tem vivido o último ano no hospital, ligada á aparelhos, esperando um novo coração, enquanto a cada dia que se passava, seu tempo de vida diminuía. Quando finalmente seu coração é substituído, acredita que seu problema estava resolvido. Só não esperava que o coração fosse começar a assombrá-la, a fazendo se sentir atraída por um médico e temer um CEO com todas suas forças. Um segredo leva a outro e logo o que começou com um pequeno engano, se transforma em algo mais. O médico e a paciente irão conseguir descobrir o maior segredo de todos?
Ler maisNão era um dia diferente dos demais. O hospital Mayo Clinic era um dos melhores hospitais dos EUA, o que significava que uma quantidade grande da população o frequentava. Por ali havia o cheiro característico de anti- séptico, sussurros vindo dos corredores e da sala de espera, os sons dos intercomunicadores e quase que frequentemente os gritos dos enlutados. Nada parecia fora do comum, para o médico cirurgião residente, até que foi chamado de repente na sala de emergência, após minutos ao sair de uma cirurgia.
O som familiar do intercomunicador soou pelos corredores, seguido por:
— Chamando Dr. Harris, comparecer à emergência. Dr. Harris, comparecer à emergência — A voz suave e feminina, ainda repete o recado duas vezes, enquanto andava na direção a sala de cirurgia que havia acabado de ser ocupada.
Mas ao entrar na sala, após se vestir novamente com a roupa cirúrgica com a ajuda de uma das enfermeiras, que iriam ajudar na cirurgia, simplesmente sente todo seu corpo paralisar, como se não tivesse mais controle sobre o próprio corpo.
O dia que até então havia começado “normal”, estava deixando aquela normalidade rapidamente e se tornando um verdadeiro filme de terror.
Bem diante de seus olhos, com a distância de alguns passos, deitada na cama completamente ensanguentada, estava Elena. E a única palavra que sempre conseguia descrever, quando pensava nela, era que simplesmente era a mulher de sua vida e se odiava toda vez por não ter a conhecido antes, por não ter a amado desde que seus olhos se colocaram sobre ela.
A mulher da minha vida, ele pensa, com um aperto estranho no peito ao vê-la daquela forma, praticamente morta diante de seus olhos.
Sua mente, assim como seu corpo, se tornou enevoada e já não conseguia pensar em nada.
Assim como a enfermeira ao seu lado e os demais que estavam ali na sala, o olhava esperando que começasse a salvar a vida da mulher, cujo a todo custo, tentavam estancar o sangramento. Mas simplesmente os olhos do médico estavam vidrados na paciente, que a cada segundo que passava, estava mais perto da morte.
Finalmente a enfermeira ao seu lado, decide quebrar o silêncio e perguntar o óbvio:
— Dr. Harris, está tudo bem? — Quando não obtém uma resposta, qualquer que fosse, decide ser mais emergencial e lembrar aonde estavam e qual era o trabalho de todos ali — Precisamos que nos diga o que fazer, Dr. Harris, imediatamente, o estado da paciente não é nada bom.
Dito isto de forma um pouco mais alta e quase autoritária, mesmo que não estivesse no mesmo patamar que ele ou fosse seu supervisor, finalmente o médico sai daquele transe que ele mesmo havia entrado, prendendo o fôlego.
Com o cenho levemente franzido e o olhar desolado, se aproxima da mesa de cirurgia, se colocando também ao redor de Elena, precisando olhar atentamente para ela. As duas enfermeiras a sua frente, continuaram a se movimentar, mas em determinado momento, param e o olham novamente, antes de olhar para a enfermeira chefe ao seu lado.
— Dr. Harris — Sua voz chega rapidamente aos seus ouvidos, alta e clara, o lembrando que ainda precisava salvar uma vida.
Sem dizer uma única palavra, ele analisa rapidamente o estado da paciente. Três tiros no tórax, praticamente a queima roupa.
A blusa bege de tecido fino, que Elena vestia, foi rasgada no meio, deixando amostra o sutiã preto de renda que vestia. Quase que inconscientemente seus dedos passaram por entre seus seios, como sempre fazia, mas apenas bastou ouvir os barulhos dos aparelhos ao redor, para se lembrar que ainda ali era médico e Elena, sua paciente.
Os projéteis inicialmente, a primeira vista, não parecia ter feito grande estrago, mas só bastou começar a cirurgia, para mudar rapidamente sua opinião. O estado de Elena era grave, ainda mais por ter perdido grande quantidade de sangue e por necessitar repor, ocasionando outro problema: seu sangue ser AB negativo.
Não tinha dúvida alguma que as pessoas presentes ali, não estavam entendendo o comportamento dele naquele momento e como entenderiam? Não tinham ideia do que acontecia em sua vida, quando saía do hospital, quando deixava de ser o Dr. Harris, cardiologista, e se tornava apenas o Jonah. Acreditava que seria complicado demais, pelo menos tentar explicar o motivo por estar daquela forma, por estar com todas suas estruturas abaladas por causa de uma mulher. Por causa daquela mulher.
Em determinado momento, as mãos do médico começaram a tremer, por se sentir inútil diante daquela situação. Como explicaria para seu irmão, que não havia conseguido salvar a vida de sua esposa? Pior ainda, como se olharia todos os dias no espelho, sabendo que havia deixado a mulher de sua vida morrer bem diante de seus olhos.
Se sentiu como no primeiro ano de seu estágio, naquele mesmo hospital, quando uma vítima de acidente entrou naquele hospital e sentiu como se todas as informações que tinha armazenados em seu cérebro, simplesmente tivessem evaporado, não sobrando nada. Enquanto seus colegas de estágios, corriam de um lado para o outro, tentando salvar a vida das demais vitimas do acidente, causado por um nevoeiro na estrada principal, ele olhava a mulher ensanguentada em sua frente com cortes espalhados pelo rosto e desacordada, perguntando a si mesma o que tinha que fazer.
Mas só precisou de um estralo em sua mente, para lembrar que acima de tudo, estava ali para salvar vidas até o último suspiro.
Uma gargalhada amargurada quase saiu da garganta dele, ao concluir que estava novamente se sentindo daquela forma, como se fosse incapaz, ponderando se a melhor alternativa naquele momento, se não fosse chamar o outro médico cardiologista. Seus olhos já estavam embaçado e podia sentir todo o suor acumulado em seu rosto e pescoço, enquanto se dava conta de que nem isso iria conseguir; Não iria conseguir abandonar aquela sala e a deixar, preferia enfrentar seus medos e dar o melhor de si.
E de pensar que tudo começou com um simples engano de gêmeos, acontecia até com seus pais em confundi-los, acreditando estar falando com um, mas na verdade era outro. Claro que acontecia com frequência com quem não os conhecia, que não sabia prestar atenção nos mínimos detalhes e mesmo Elena estando casada há quase dois anos com seu irmão, ainda podia ver a confusão estampada no rosto dela, toda vez que os via juntos.
O que poderia ter sido simplesmente ter sido evitado, até por ele mesmo. Havia sido apenas um engano, um beijo, que acabou sendo correspondido por ele, que até então sabia que não nutria nenhum sentimento pela cunhada, mas bastou afastar os lábios dos dela, para ter certeza que queria mais, que aquele beijo em forma de droga, havia ido diretamente para seu cérebro.
Acabou que toda aquela situação se tornou uma grande bola de neve, recheada com um caso extraconjugal e um segredo que precisavam guardar a todo custo.
Não só Elena havia traído o marido.
O médico também. O irmão.
Após a cirurgia, sentiu rapidamente a exaustão cair sobre seu corpo, já não conseguia dizer se estava mentalmente ou fisicamente exausto do choque que havia recebido anteriormente, mas de uma coisa sabia: havia dado seu melhor mais uma vez e não era por que se tratava de Elena, já que seu trabalho naquele hospital, era tentar salvar o máximo de vidas possíveis. Seu corpo e a sua mente estavam completamente anestesiados, era como se estivesse vendo um filme, sentado em alguma poltrona ou sofá desconfortável; Além de tudo, podia sentir tudo e parecia que duplicado.
Depois de jogar a máscaras e as luvas sujas de sangue, no lixo, juntamente com a roupa cirúrgica descartável, sai da sala de cirurgia, em pedaços, sem já confiar em seu diagnóstico médico, duvidando que seu otimismo que ficaria tudo bem, poderia estar tentando engá-lo que a situação não era bem essa, que estava criando uma realidade alternativa em sua cabeça, mais agradável, para não ter que enfrentar a verdadeira realidade que estava atrás daquelas portas duplas.
Tudo ao seu redor congelou rapidamente, quando saiu por aquela porta e notou uma figura familiar, como se estivesse diante de um espelho, mas com algumas diferenças; Esperando no corredor estava seu irmão gêmeo, que não optou para a medicina como ele e que acreditava que estar sempre rodeado de diversos tipos de doença, poderia ser prejudicial mais cedo ou mais tarde.
Ele preferia estar rodeado de papéis, entrando e saindo de reuniões e discutindo valores de ações. Preferia também o aconchego de sua sala e em como o dinheiro poderia fazer algumas passos a ceder seus caprichos.
Seu coração palpitou em seu peito, não como antes, mas agora dava para sentir o suor em suas mãos. Os olhares se cruzam e se sustentam e, neste momento, o médico já sabia o que estava por vir e não precisou se mexer, seu irmão gêmeo, em passos largos, caminhou em sua direção, diminuindo o espaço entre ambos, quase que num piscar de olhos.
Mexo freneticamente a minha perna cruzada, concluindo mais uma vez o desconforto que a cadeira que estava causando. Mais uma vez. Ao meu lado, uma mulher parecia bastante a vontade no ambiente hospitalar, enquanto lia uma das revistas que encontrou numa pilha ao lado.Não conseguia entender como alguém conseguia se sentir tão...bem. Mesmo eu frequentando aquele hospital com frequência, ainda não me sentia habituada com toda aquela movimentação e a sensação que aquele ambiente me transmitia. Acreditava que boa parte daquela apreensão, não se vinha somente por estar num ambiente hospitalar mas, por Caleb estar atrasado. Ele já havia me mandado uma dúzia de mensagens dizendo que o trânsito não estava cooperando mas, que estava fazendo tudo que tinha seu alcance para chegar à tempo. E eu precisava acreditar que ele chegaria. Olho disfarçadamente para uma das mulheres que estavam ao meu lado, percebendo a manchete gritante que estava na capa da
— Você tem certeza? — pergunto tentando disfarçar minha voz trêmula e o nervosismo que havia se apoderado do meu corpo em questão de segundos, sem mencionar que minhas mãos não paravam de suar e meu coração ainda continuava batendo de um jeito estranho em meu peito.— Tem uma ideia melhor? — Caleb pergunta no banco do motorista, com as mãos ainda no volante. Eu não tinha uma ideia melhor do que aquela, mesmo eu pensando e repensando no que estávamos prestes a fazer durante o trajeto. Algo precisava ser feito e parecia que tudo era válido naquele momento. Mas naquele momento, já não me parecia ser uma boa ideia.— O tempo está passando — murmuro.— Tem razão — Caleb desce rapidamente do carro, faço o mesmo engolindo em seco, andando logo atrás dele a medida que se aproxima do tribunal. Havia alguns repórteres do lado de fora, todos a postos, esperando o momento em que Brian seria condenado ou absolvido mas, todos ali já esperavam uma condenação, inclusive Bi
— Olá, Rebeca — diz Louise com Smooky, quando entro no prédio, após me despedir de Ana e Paul horas mais tarde. Olho para a senhora de meia idade, com lágrimas nos olhos, não acreditando que estava mesmo diante dela. Nunca fomos de conversar, apenas trocávamos breves palavras mas, nunca me senti tão feliz em ver ela.— Louise — digo abrindo um largo sorriso.— Senti sua falta, menina — Ela me olha de cima a baixo — Estava viajando ou se separou do menino Caleb?— Viajando — Gaguejo, me recompondo.— Que bom — Ela volta a andar — Vocês formam um casal lindo! Observo a senhora sair pela porta, dizendo a mim mesma que se fosse uma alucinação, era a alucinação mais vivida que já tinha tido até aquele momento. Subo os degraus das escadas, segurando com firmeza o corrimão mas, lenta que o normal que sempre subia. Sentia um pouco do efeito dos medicamentos ainda no meu organismo mas, acreditava que um café forte fosse o necessário para me fazer sentir melh
— Você vai tomar sim! — O enfermeiro grita sobre mim, apertando a mão com os comprimidos contra a minha boca. Meu maxiliar estava travado com toda força e eu já não tinha forças para continuar lutando contra o enfermeiro, que era duas vezes maior que eu e sem dúvida mais forte. Eu me debatia em baixo dele e movia a minha cabeça sem parar de um lado para o outro, estava completamente suada e sem fôlego, meus gritos já não soavam com força e o peso sobre mim apenas aumentava. Todo dia três vezes ao dia, os enfermeiros passavam nos quartos para a medicação; Todo dia no mesmo horário, poucos ainda relutavam, enquanto a grande maioria não pestanejava mais. Naquele dia, eu decidiria que iria pestanejar, não iria permitir que me dopassem, não quando minha mente já estava tão clara e eu conseguia sentir que eu estava em algum lugar dentro de mim. Nenhum daqueles enfermeiros tinham ideia de como era ser dopado frequentemente, como era nã
Na boa parte do tempo, não me sentia dentro do meu corpo, comia sem ter vontade e cumpria minhas necessidades básicas por cumprir. Me sentia no automático. Geralmente quando o efeito estava começando a passar e eu já não sentia toda aquela neblina em minha mente, conseguindo pensar e até mesmo me mover com mais agilidade, era a hora de outra dose dos medicamentos. E sempre era feito da forma mais agressiva possível. Eu sempre acabava os engolindo, por pressão ou até mesmo por acabar sendo machucada por um dos enfermeiros e sempre sentia os mesmos efeitos. Sentia como se a minha mente desligasse, bruscamente, com um puxar de tomada; Depois começava a ver vultos por toda parte, neste caso sempre era Elena e raramente eu dormia. As vezes passava a noite em claro e só conseguia dormir quando amanhecia, não demorando para que o meu sono fosse interrompido por algum dos enfermeiros, para ir tomar café da manhã ou banho de sol. Já estava acostumada com o
Loucura. Era assim que definia a situação ao meu redor.Quando acordei a uma semana atrás em um quarto branco, com apenas uma cama, tive a certeza que estava em um pesadelo. A porta trancada e a janela, denunciaram qual era a minha condição naquele momento e mesmo eu gritando o máximo que eu conseguia, para me soltarem, meus gritos mão foram atendidos. Invés disso, horas mais tarde tentaram me medicar e quando me neguei a engolir os medicamentos, fui forçada. A medicação me deixou ainda mais grogue, diminuindo todas as minhas forças e impedindo que eu pensasse com clareza.Por um período de tempo, permaneci deitada na cama como um boneco de pano em uma posição estranha, encarando um ponto invisível na parede imaculada. Com a minha mente estranhamente vazia, sem nenhum pensamento, como se não fosse capaz nem de produzir meus próprios pensamentos. Acredito que nos primeiros dias presa ali, essa era a minha condição por causa do uso dos medicamentos, mesmo quando não os queria
Último capítulo